Protocolo de Atuação nos Recém-Nascidos Prematuros – realidade do Hospital de Faro
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.237Palavras-chave:
Desempenho Psicomotor, Desenvolvimento da Criança, Protocolos Clínicos, Recém-Nascido de Baixo Peso, Recém-Nascido Prematuro, Transtornos das Habilidades Motoras/prevenção e controloResumo
introdução: O nosso objetivo é dar a conhecer o Protocolo de Atuação na Prematuridade que se encontra em vigor num Hospital Central, desde setembro de 2014.
Metodologia: O protocolo inicia-se antes da alta da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) com uma avaliação neuro-motora por fisiatra de reabilitação pediátrica e terapeuta do neurodesenvolvimento: (1) Terapia individual: < 29 semanas de gestação ou ≤ 1500 g ou alterações neurológicas e/ou potenciais riscos para um desenvolvimento psico-motor não normalizado; (2) Grupo de orientação do recém-nascido pré-termo: 29-34 semanas de gestação e > 1500 g. O grupo de orientação é realizado no Hospital, em 5 sessões (após alta, aos 3, 6, 9 e 12 meses de idade corrigida), sob a orientação de uma equipa multidisciplinar e tendo como foco o desenvolvimento psico-motor e a relação pais/cuidadores-bebé.
Resultados: De setembro de 2014 até ao final de 2016, orientou-se um total de 26 grupos, com uma média de 6 bebés por grupo, perfazendo um total de 145 bebés, sendo que 42 destes entraram em programa de intervenção individual, nalgum momento do seguimento em programa de prevenção. As perdas (por recusa, mudança de residência ou abandono) foram nulas em 2014, seis em 2015 e três em 2016.
Discussão: A maioria dos estudos realizados até à data utiliza uma metodologia de intervenção nos recém-nascidos pré-termo em ambiente domiciliar, sob a orientação de apenas um profissional, focando apenas o desenvolvimento psico-motor e com uma frequência de observação semanal e/ou mensal até aos 2 anos de vida. A conclusão principal de todos os estudos reflete não existirem diferenças significativas no outcome motor nos bebés com e sem intervenção preventiva. Contudo, não focam a sua avaliação nos défices motores minor (prevalência de cerca de 50%) nem na capacidade de modificação/re-estruturação funcional e participação social.
Conclusão: O nosso protocolo segue as orientações de follow-up para recém-nascido de risco, mas difere dos protocolos dos estudos científicos realizados. Pretende-se, futuramente, avaliar de forma estruturada, com escalas de desenvolvimento, o outcome psico-motor destes bebés.
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