Lesão Medular Traumática versus Não Traumática: Complicações e Resultados Funcionais num Hospital de Reabilitação de Doentes Internados Agudos

Autores

  • Patrícia Pereira Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga, Braga, Portugal
  • Sónia Tizón Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga, Braga, Portugal
  • Sara Freixo Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga, Braga, Portugal
  • Sofia Ribeiro Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga, Braga, Portugal https://orcid.org/0000-0001-8782-2039
  • Gabi Almeida Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga, Braga, Portugal https://orcid.org/0009-0004-1724-042X
  • João Sousa Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga, Braga, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.502

Palavras-chave:

Centros de Reabilitação, Doentes Internados, Lesões da Medula Espinhal/reabilitação, Recuperação da Função, Serviço de Medicina Física e de Reabilitação

Resumo

Introdução: Este estudo tem como objetivo comparar as complicações e resultados funcionais entre pacientes com lesões traumáticas e pacientes com lesões medulares não traumáticas, num serviço de reabilitação hospitalar de agudas.
Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva que incluiu 128 pacientes com lesões medulares, 68 com lesões traumáticas e 60 com lesões não traumáticas, internados no serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital de Braga, entre janeiro de 2017 e dezembro de 2022.
Resultados: Este estudo demonstrou que a lesão medular traumática está significativamente mais associada à tetraplegia e lesões medulares completas (ASIA A). Além disso, os pacientes com lesão medular traumática apresentam significativamente duração de internação superior (p = 0,021), maior prevalência de sintomas depressivos (p = 0,043), úlceras de pressão (p = 0,003) e episódios de disreflexia autonômica (p = 0,044), em comparação com o grupo não traumático. A comparação intragrupo demonstrou ainda que ambos os grupos apresentam melhorias funcionais significativas na escala MIF e SCIM à dados de alta em relação à entrada no serviço, no entanto, os ganhos funcionais não foram significativamente diferentes entre os dois grupos de lesão.
Conclusão: Ambos os grupos de pacientes obtiveram ganhos e por isso se beneficiaram do programa de reabilitação em regime de internamento no Hospital de Agudos. Contudo, com uma duração média de internamento e uma taxa de complicações elevadas em ambos os grupos, deve ter-se em consideração a necessidade de cuidados hospitalares adequados.

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Referências

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Publicado

2025-05-01

Como Citar

1.
Pereira P, Tizón S, Freixo S, Ribeiro S, Almeida G, Sousa J. Lesão Medular Traumática versus Não Traumática: Complicações e Resultados Funcionais num Hospital de Reabilitação de Doentes Internados Agudos. SPMFR [Internet]. 1 de Maio de 2025 [citado 2 de Maio de 2025];37(1):20-6. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/502

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Artigo original

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