Incidência de Disreflexia Autonómica num Serviço de Medicina Física e de Reabilitação

Autores

  • Cristina Miranda Cruz Médica interna de Medicina Física e Reabilitação no Hospital de Braga
  • Marta Oliveira Médica interna de Medicina Física e Reabilitação no Hospital de Braga
  • Maria Berkeley Cotter Médica interna de Medicina Física e Reabilitação no Hospital de Braga
  • Ivone Soares Médica assistente hospitalar, Serviço de Medicina Física e Reabilitação, Hospital de Braga
  • Fátima Martins Ferreira Médica assistente hospitalar graduada, Serviço de Medicina Física e Reabilitação, Hospital de Braga

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.266

Palavras-chave:

Disreflexia Autonómica/epidemiologia, Disreflexia Autonómica/etiologia, Doentes Internados, Lesão Medular/complicações, Lesão Medular/reabilitação

Resumo

Introdução: O objectivo do nosso estudo foi determinar a incidência de disreflexia autonómica nos doentes com lesão medular durante o período de internamento; identificar a causas desencadeantes mais comuns; determinar que variáveis poderão influenciar a incidência de disreflexia autonómica.

Métodos: Foi conduzido um estudo retrospetivo num serviço de Medicina Física e de Reabilitação, tendo sido selecionados todos os doentes com lesão medular com nível sensitivo acima de T6 internados entre janeiro de 2011 e dezembro de 2013. A informação sobre o número de episódios de disreflexia autonómica, as características demográficas, as causas de disreflexia e a necessidade de utilizar medicação anti-hipertensora foi retirada dos registos clínicos dos pacientes incluídos. Procedeu-se à análise estatística recorrendo ao statistical package for social sciences (SPSS).

Resultados: Dos pacientes incluídos 12,7% desenvolveram pelo menos um episódio de disreflexia autonómica durante o período de internamento; 71,4% dos episódios de disreflexia autonómica ocorreram em doentes com lesão medular completa (AIS A); todos os episódios ocorreram em pacientes em que a causa da lesão medular foi o traumatismo vértebro-medular e com lesão medular com nível sensitivo cervical. Os principais fatores desencadeantes de disreflexia autonómica foram de origem genitourinária (48%) ou gastrointestinal (44,2%). Houve necessidade de administrar medicação anti-hipertensora em 26,5% dos episódios.

Conclusão: A disreflexia autonómica é uma complicação pouco comum nos doentes com lesão medular. É importante estar alerta para a possibilidade desta complicação, uma vez que o correto tratamento passa pelo reconhecimento atempado, pela imediata eliminação dos fatores desencadeantes e pela administração de tratamento farmacológico se necessário.

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Como Citar

1.
Miranda Cruz C, Oliveira M, Berkeley Cotter M, Soares I, Martins Ferreira F. Incidência de Disreflexia Autonómica num Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. SPMFR [Internet]. 23 de Dezembro de 2017 [citado 21 de Novembro de 2024];29(2):23-9. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/266

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