Desafios da Reabilitação na Síndrome de Platipneia-Ortodeoxia na COVID-19: Caso Clínico
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.472Palavras-chave:
COVID-19, Dispneia/reabilitação, Hipoxia/ reabilitaçãoResumo
A síndrome de platipneia-ortodeoxia (SPO) é caracterizada por dispneia e dessaturação arterial periférica durante o levante ou sedestação, que melhora em decúbito. É uma condição pós-aguda rara nos sobreviventes da doença provocada pelo novo coronavírus 2019 (COVID-19), colocando desafios na reabilitação destes doentes.
Um homem de 62 anos, ao 36o dia de internamento e em fase de recuperação de COVID-19 crítica, apresentou agravamento da dispneia e dessaturação arterial em posição vertical, que melhorava significativamente com o decúbito. O programa de reabilitação foi adaptado e incluiu exercícios respiratórios, recondicionamento ao ortostatismo lento, progressivo e monitorizado, oxigenoterapia suplementar e treino funcional de baixa intensidade. Após a alta, ao 43o dia de internamento, progrediu no programa de reabilitação em regime de ambulatório sem intercorrências. Foram utilizadas escalas de dispneia, força e funcionalidade para monitorizar a evolução ao longo do programa de reabilitação: na Escala de Dispneia Modificada do Medical Research Council (mMRC) registou-se grau 4 na primeira avaliação, grau 2 à data da alta e grau 0 no final da intervenção ambulatória; no Teste 1 Minuto Sentar-Levantar contaram-se 25 repetições na primeira avaliação ambulatória e 36 no final do programa e na Post-COVID-19 Functional Status scale o doente pontuou grau 4 na primeira avaliação, grau 3 à data da alta e grau 1 no final da intervenção ambulatória.
A individualização do programa de reabilitação é essencial e indispensável e, nos doentes com COVID-19 uma das situações que pode influenciar a tolerância e a progressão no programa é a SPO, que deve ser considerada sempre que surja dessaturação ou dispneia posicional após um período de melhoria clínica inicial.
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