O Que Pode Esconder uma Aparente Escoliose Idiopática?

Autores

  • Eduardo Freitas Ferreira Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, Amadora, Portugal http://orcid.org/0000-0003-0699-3237
  • Marta Amaral Silva Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Curry Cabral, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, Lisboa, Portugal
  • Elsa Marques Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Curry Cabral, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.442

Palavras-chave:

Escoliose, Neoplasias da Medula Espinal

Resumo

A escoliose representa um motivo frequente de consulta em idade pediátrica. Apesar de poder ocorrer secundariamente a diversas patologias, a grande maioria dos casos é idiopática. Os tumores intramedulares, devido ao seu crescimento lento e comportamento infiltrativo, podem apresentar-se apenas com escoliose, sem outras alterações no exame neurológico. Assim, sobretudo nas fases precoces, estas escolioses podem comportar-se como idiopáticas e a distinção entre as duas entidades é difícil. No entanto, uma correta identificação da causa da escoliose é fundamental de modo a orientar o tratamento da patologia subjacente e estabilizar a progressão ou promover a regressão da escoliose. Neste contexto, existem diversas características atípicas para escoliose (red flags) que podem alertar para a presença de uma causa secundária e que devem suscitar um estudo complementar. Este trabalho apresenta dois casos clínicos de adolescentes seguidos em consulta especializada de MFR (alterações estáticas da coluna vertebral) com escoliose de comportamento semelhante à idiopática em que, após o início de sintomatologia neurológica, foi identificada a presença de uma neoplasia intramedular (astrocitoma pilocítico). O objetivo deste trabalho consiste em descrever este tipo de lesões, alertando para as principais características diferenciadoras da escoliose secundária a tumor medular a fim de permitir uma identificação e tratamento precoce.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Schwend RM, Hennrikus W, Hall JE, Emans JB. Childhood scoliosis: clinical indications for magnetic resonance imaging. J Bone Joint Surg Am. 1995;77:46-53.

Huisman T. Pediatric tumors of the spine. Cancer Imaging. 2009;9:S45-8.

Calloni SF, Huisman TA, Poretti A, Soares BP. Back pain and scoliosis in children: When to image, what to consider. Neuroradiol J. 2017;30:393-404.

Tobias ME, McGirt MJ, Chaichana KL, Goldstein IM, Kothbauer KF, Epstein F, et al. Surgical management of long intramedullary spinal cord tumors. Childs Nerv Syst. 2008;24:219-23.

Paulino AC, Fowler BZ. Risk factors for scoliosis in children with neuroblastoma. Int J Radiat Oncol. 2005;61:865-9.

Fraser R, Paterson D, Simpson D. Orthopaedic aspects of spinal tumors in children. J Bone Jt Surg Br. 1977;59:143-51.

Hell AK, Kühnle I, Lorenz HM, Braunschweig L, Lüders KA, Bock HC, et al. Spinal Deformities after Childhood Tumors. Cancers. 2020;12:3555.

Carey SS, Sadighi Z, Wu S, Chiang J, Robinson GW, Ghazwani Y, et al. Evaluating pediatric spinal low-grade gliomas: a 30-year retrospective analysis. J Neurooncol. 2019;145:519-29.

Brotchi J, Dewitte O, Levivier M, Balériaux D, Vandesteene A, Raftopoulos C, et al. A survey of 65 tumors within the spinal cord: surgical results and the importance of preoperative magnetic resonance imaging. J Neurosurg. 1991;29:651-7.

Koeller K, Rosenblum RS, Morrison AL. Neoplasms of the spinal cord and filum terminale: radiologic-pathologic correlation. Radiographics 2000;20:1721-49.

Rossi A, Gandolfo C, Morana G, Tortori-Donati P. Tumors of the spine in children. Neuroimaging Clin N Am. 2007;17:17-35.

BouazizMC,DaghfousMS,LadebMF.Childhoodscoliosisrevealingspinal cord tumors. Eur J Orthop Surg Traumatol. 2006;16:318-21.

Citron N, Edgar MA, Sheehy J, Thomas DG. Intramedullary spinal cord tumours presenting as scoliosis. J Bone Joint Surg Br. 1984;66:513-7.

Cassar-Pullicino VN, Eisenstein SM. Imaging in scoliosis: what, why and how? Clin Radiol. 2002;57:543-62.

Lenke LG, Dobbs MB. Management of juvenile idiopathic scoliosis. J Bone Joint Surg Am. 2007;89:55-63.

Slipman CW, Patel RK, Botwin K, Huston C, Zhang L, Lenrow D, et al. Epidemiology of spine tumors presenting to musculoskeletal physiatrists. Arch Phys Med Rehabil. 2003;84:492-5.

Bernstein RM, Cozen H. Evaluation of back pain in children and adolescents. Am Fam Physician. 2007;76:1669-76.

Warner WC. Juvenile idiopathic scoliosis. In: Weinstein S, editor. The Pediatric Spine: Principles and Practice. 2 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2001. p. 330.

Kim H, Kim HS, Moon ES, Yoon C-S, Chung T-S, Song H-T, et al. Scoliosis Imaging: What Radiologists Should Know. Radiographics. 2010;30:1823- 42.

Dewan V, Gardner A, Forster S, Matthews J, Ede MN, Mehta J, et al. Is the routine use of magnetic resonance imaging indicated in patients with scoliosis? J Spine Surg. 2018;4:575-82.

Diard F, Chateil JF, Hauger O, Moinard M, Ducou-Lepointe H. Imaging of childhood and adolescent scoliosis. J Radiol. 2002;83:1117-39.

Davids JR, Chamberlin E, Blackhurst DW. Indications for magnetic resonance imaging in presumed adolescent idiopathic scoliosis. J Bone Joint Surg Am. 2004;86:2187-95.

Tsirikos A, Saifuddin A, Noordeen MH. Spinal deformity in neurofibromatosis type-1: Diagnosis and treatment. Eur Spine J. 2005;14: 427-39.

Downloads

Publicado

2021-12-23

Como Citar

1.
Freitas Ferreira E, Amaral Silva M, Marques E. O Que Pode Esconder uma Aparente Escoliose Idiopática?. SPMFR [Internet]. 23 de Dezembro de 2021 [citado 23 de Fevereiro de 2025];33(3):138-45. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/442

Edição

Secção

Caso Clínico

Artigos Similares

1 2 > >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.