Porque é que Ele Anda Assim? Marcha em Pontas e Perfil Sensorial

Autores

  • Sara Pires Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
  • Carolina Costa Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
  • Maria Teresa Martins Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
  • Susana Pereira Centro de Estudos do Bebé e da Criança, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal.
  • Cristina Martins Halpern Hospital Dona Estefânia, CHULC
  • Sofia Neiva Serviço de Psiquiatra da Infância e da Adolescência, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portgual
  • Madalena Paiva Gomes Centro de Estudos do Bebé e da Criança, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal.
  • Pedro Caldeira da Silva Centro de Estudos do Bebé e da Criança, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.422

Palavras-chave:

Caminhada, Criança, Dedos dos Pés, Perturbação do Espectro do Autismo, Perturbações de Movimento

Resumo

A marcha em pontas (MP) define-se pela ausência de contacto do calcanhar com o solo na fase inicial da marcha, podendo ser normal durante a aprendizagem motora, associar-se a diferentes patologias ou ser idiopática (MPI). A abordagem terapêutica é variada, passando por um tratamento conservador ou interventivo. Encontra-se frequentemente a MP em crianças com perturbação do espectro do autismo (PEA), discutindo-se a hipótese de poder estar associada a perturbações do processamento sensorial (PPS).

Este trabalho descreve um caso clínico ilustrativo de MP e PPS numa criança com PEA, com apresentação prévia de uma revisão da literatura sobre o tema.

Tem sido descrito por alguns autores que crianças com MP parecem apresentar alterações sensoriais subtis, nomeadamente procura vestibular, procura propriocetiva e hipersensibilidade táctil. A criança apresentada, de 4 anos e 9 meses, do sexo masculino, tinha diagnóstico de PEA e apresentava MP. Os resultados do Sensory Profile Measure- Preschool revelaram uma hiperresponsividade táctil, procura sensorial nos domínios propriocetivo e vestibular, associadamente a dificuldades na ideação e planeamento motor (práxis).

Parece haver uma relação entre a ocorrência de MP e PPS, contudo, os dados disponíveis são escassos, com diversas

limitações. Encontrando-se uma associação consistente, poderá apostar-se com maior segurança no tratamento conservador, nomeadamente na Terapia Ocupacional com abordagem de integração sensorial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Morozova M, Chang, F, Brown, E. Toe Walking: When Do We Need to Worry?. Curr Probl Pediatr Adolesc Health Care. 2017; 47: 156-60. doi:10.1016/ j.cppeds.2017.06.004.

Pomarino D, Ramírez Llamas J, Pomarino A. Idiopathic Toe Walking: Family Predisposition and Gender Distribution. Foot Ankle Specialist. 2016; 9: 417– 22. doi:10.1177/1938640016656780.

Leyden J, Fung L, Frick S. Autism and toe-walking: Are they related? Trends and treatment patterns between 2005 and 2016. J Child Orthop. 2019; 13: 340-5. doi:10.1302/1863-2548.13.180160.

Williams M, Tinley P, Curtin M, Wakefield S, Nielsen S. Is Idiopathic Toe Walking Really Idiopathic? The Motor Skills and Sensory Processing Abilities Associated With Idiopathic Toe Walking Gait. J Child Neurol. 2013; 29: 71-8. doi:10.1177/0883073812470001.

Accardo J, Barrow W. Toe walking in autism: further observations. J Child Neurol. 2015; 30: 606–9.

Roley SS, Schaaf RC. Evaluating sensory integration function and dysfunction. In: Schaaf RC, Roley SS, editors. Sensory Integration: Applying Clinical Reasoning to Practice with Diverse Populations. Austin: TX: Pro-ed; 2008.

Caserta AJ, Pacey V, Fahey M, Gray K, Engelbert RH, Williams CM. Interventions for idiopathic toe walking. Cochrane Database Syst Rev. 2019;1:CD012363. doi:10.1002/14651858.CD012363.

Dietz F, Khunsree S. Idiopathic toe walking: to treat or not to treat, that is the question. Iowa OrthoJ. 2012; 32: 184–8.

Jorquera-Cabrera S, Romero-Ayuso D, Rodriguez-Gil G, Triviño-Juárez JM. Assessment of Sensory Processing Characteristics in Children between 3 and 11 Years Old: A Systematic Review. Front Pediatr. 2017;5:57. doi:10.3389/fped.2017.00057.

Montgomery P, Gauger J. Sensory Dysfunction in Children Who Toe Walk. Phys Ther. 1978; 58: 1195-204. doi:10.1093/ptj/58.10.1195.

Ganley J, Behnke C. Distal Vibration Perception Threshold in Children Who Toe Walk. Pediatric Phys Ther. 2016; 28: 187-91. doi:10.1097/pep. 0000000000000241.

Williams CM, Tinley P, Curtin M. Idiopathic toe walking and sensory processing dysfunction. J Foot Ankle Res. 2010;3:16. doi: 10.1186/1757- 1146-3-16.

ZERO TO THREE. DC:0–5 Diagnostic Classification of Mental Health and Developmental Disorders of Infancy and Early Childhood. Chicago: ZT; 2016.

Icdl.com [homepage na Internet]. ICDL - DIR Floortime. [Acesso Julho 2020] Disponível em: http://www.icdl.com.

Karim, E, Mohammed H. Effectiveness of sensory integration program in motor skills in children with autism. Egypt J Med Hum Genet. 2015; 16: 375- 80. doi:10.1016/j.ejmhg.2014.12.008.

Downloads

Publicado

2023-06-30

Como Citar

1.
Pires S, Costa C, Martins MT, Pereira S, Halpern CM, Neiva S, et al. Porque é que Ele Anda Assim? Marcha em Pontas e Perfil Sensorial. SPMFR [Internet]. 30 de Junho de 2023 [citado 10 de Novembro de 2024];35(2):60-5. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/422

Edição

Secção

Caso Clínico

Artigos Similares

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.