Porque é que Ele Anda Assim? Marcha em Pontas e Perfil Sensorial
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.422Palavras-chave:
Caminhada, Criança, Dedos dos Pés, Perturbação do Espectro do Autismo, Perturbações de MovimentoResumo
A marcha em pontas (MP) define-se pela ausência de contacto do calcanhar com o solo na fase inicial da marcha, podendo ser normal durante a aprendizagem motora, associar-se a diferentes patologias ou ser idiopática (MPI). A abordagem terapêutica é variada, passando por um tratamento conservador ou interventivo. Encontra-se frequentemente a MP em crianças com perturbação do espectro do autismo (PEA), discutindo-se a hipótese de poder estar associada a perturbações do processamento sensorial (PPS).
Este trabalho descreve um caso clínico ilustrativo de MP e PPS numa criança com PEA, com apresentação prévia de uma revisão da literatura sobre o tema.
Tem sido descrito por alguns autores que crianças com MP parecem apresentar alterações sensoriais subtis, nomeadamente procura vestibular, procura propriocetiva e hipersensibilidade táctil. A criança apresentada, de 4 anos e 9 meses, do sexo masculino, tinha diagnóstico de PEA e apresentava MP. Os resultados do Sensory Profile Measure- Preschool revelaram uma hiperresponsividade táctil, procura sensorial nos domínios propriocetivo e vestibular, associadamente a dificuldades na ideação e planeamento motor (práxis).
Parece haver uma relação entre a ocorrência de MP e PPS, contudo, os dados disponíveis são escassos, com diversas
limitações. Encontrando-se uma associação consistente, poderá apostar-se com maior segurança no tratamento conservador, nomeadamente na Terapia Ocupacional com abordagem de integração sensorial.
Downloads
Referências
Morozova M, Chang, F, Brown, E. Toe Walking: When Do We Need to Worry?. Curr Probl Pediatr Adolesc Health Care. 2017; 47: 156-60. doi:10.1016/ j.cppeds.2017.06.004.
Pomarino D, Ramírez Llamas J, Pomarino A. Idiopathic Toe Walking: Family Predisposition and Gender Distribution. Foot Ankle Specialist. 2016; 9: 417– 22. doi:10.1177/1938640016656780.
Leyden J, Fung L, Frick S. Autism and toe-walking: Are they related? Trends and treatment patterns between 2005 and 2016. J Child Orthop. 2019; 13: 340-5. doi:10.1302/1863-2548.13.180160.
Williams M, Tinley P, Curtin M, Wakefield S, Nielsen S. Is Idiopathic Toe Walking Really Idiopathic? The Motor Skills and Sensory Processing Abilities Associated With Idiopathic Toe Walking Gait. J Child Neurol. 2013; 29: 71-8. doi:10.1177/0883073812470001.
Accardo J, Barrow W. Toe walking in autism: further observations. J Child Neurol. 2015; 30: 606–9.
Roley SS, Schaaf RC. Evaluating sensory integration function and dysfunction. In: Schaaf RC, Roley SS, editors. Sensory Integration: Applying Clinical Reasoning to Practice with Diverse Populations. Austin: TX: Pro-ed; 2008.
Caserta AJ, Pacey V, Fahey M, Gray K, Engelbert RH, Williams CM. Interventions for idiopathic toe walking. Cochrane Database Syst Rev. 2019;1:CD012363. doi:10.1002/14651858.CD012363.
Dietz F, Khunsree S. Idiopathic toe walking: to treat or not to treat, that is the question. Iowa OrthoJ. 2012; 32: 184–8.
Jorquera-Cabrera S, Romero-Ayuso D, Rodriguez-Gil G, Triviño-Juárez JM. Assessment of Sensory Processing Characteristics in Children between 3 and 11 Years Old: A Systematic Review. Front Pediatr. 2017;5:57. doi:10.3389/fped.2017.00057.
Montgomery P, Gauger J. Sensory Dysfunction in Children Who Toe Walk. Phys Ther. 1978; 58: 1195-204. doi:10.1093/ptj/58.10.1195.
Ganley J, Behnke C. Distal Vibration Perception Threshold in Children Who Toe Walk. Pediatric Phys Ther. 2016; 28: 187-91. doi:10.1097/pep. 0000000000000241.
Williams CM, Tinley P, Curtin M. Idiopathic toe walking and sensory processing dysfunction. J Foot Ankle Res. 2010;3:16. doi: 10.1186/1757- 1146-3-16.
ZERO TO THREE. DC:0–5 Diagnostic Classification of Mental Health and Developmental Disorders of Infancy and Early Childhood. Chicago: ZT; 2016.
Icdl.com [homepage na Internet]. ICDL - DIR Floortime. [Acesso Julho 2020] Disponível em: http://www.icdl.com.
Karim, E, Mohammed H. Effectiveness of sensory integration program in motor skills in children with autism. Egypt J Med Hum Genet. 2015; 16: 375- 80. doi:10.1016/j.ejmhg.2014.12.008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os manuscritos devem ser acompanhados de declaração de originalidade, Autoria e de cedência dos direitos de propriedade do artigo, assinada por todos os Autores.
Quando o artigo é aceite para publicação é obrigatória a submissão de um documento digitalizado, assinado por todos os Autores, com a partilha dos direitos de Autor entre Autores e a Revista SPMFR, conforme minuta:
Declaração Copyright
Ao Editor-chefe da Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação
O(s) Autor(es) certifica(m) que o manuscrito intitulado:
____________________________________________________________________ (ref.Revista da SPMFR_________) é original, que todas as afirmações apresentadas como factos são baseados na investigação do(s) Autor(es), que o manuscrito, quer em parte quer no todo, não infringe nenhum copyright e não viola nenhum direito da privacidade, que não foi publicado em parte ou no todo e que não foi submetido para publicação, no todo ou em parte, noutra revista, e que os Autores têm o direito ao copyright.
Todos os Autores declaram ainda que participaram no trabalho, se responsabilizam por ele e que não existe, da parte de qualquer dos Autores conflito de interesses nas afirmações proferidas no trabalho.
Os Autores, ao submeterem o trabalho para publicação, partilham com a Revista da SPMFR todos os direitos a interesses do copyright do artigo.
Todos os Autores devem assinar
Data:
Nome(maiúsculas)
Assinatura
Relativamente à utilização por terceiros a Revista da SPMFR rege-se pelos termos da licença Creative Commons “Atribuição – uso Não-Comercial – Proibição de Realização de Obras derivadas (by-nc-nd)”.
Após publicação na Revista SPMFR, os Autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados.
OS AUTORES DEVERÃO SUBMETER UMA DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO / CONTRIBUTORSHIP STATEMENT INDICANDO O TIPO DE PARTICIPAÇÃO DE CADA AUTOR NO ARTIGO. Mais informações: https://authors.bmj.com/policies/bmj-policy-on-authorship/