Importância de Cuidados Inter /Multidisciplinares em Medicina Física e de Reabilitação nos Doentes Agudos Traqueostomizados: A Experiência de um Serviço
DOI :
https://doi.org/10.25759/spmfr.250Mots-clés :
Equipa de Assistência ao Doente, Traqueostomia/reabilitaçãoRésumé
Introdução: Cada vez mais doentes com traqueostomia (DTQ) têm alta de Unidades de Cuidados Intensivos antes da descanulação; o melhor modelo de prestação destes cuidados são as equipas inter/multidisciplinares. O presente trabalho faz uma revisão da literatura acerca deste tema e apresenta um estudo numa Unidade de Doentes Agudos (UDA) hospitalar, co-coordenada por Fisiatra.
Material e Métodos: Estudo observacional retrospetivo da análise da atividade assistencial no internamento em UDA (maio/2011-2013). Recolhida informação dos processos clínicos de 40 DTQ, relativa às variáveis: proveniência, idade, diagnóstico de entrada, patologia médica/cirúrgica, duração de TQ e de internamento hospitalar, percentagem de descanulações, destino após alta. Análise da significância estatística da evolução funcional de toda a amostra e comparativa dos doentes descanulados versus não descanulados. Na revisão da literatura usouse a base de dados eletrónica MEDLINE. Efetuou-se paralelismo entre os dados da UDA e os da literatura.
Resultados: Quarenta DTQ foram internados na UDA. A idade média dos doentes foi 59,6 anos. Descanularam-se 77,5% dos doentes, com sucesso em 100%. O tempo médio de descanulação foi 35 dias e o total de internamento foi 60,9 dias. A diferença de medianas de evolução funcional à data de entrada e alta foi significativa (p < 0,001), tendo os doentes descanulados tido uma evolução funcional superior à dos não descanulados (p = 0,023). A idade média, os tempos de descanulação e de internamento dos doentes da UDA estão no limite superior do descrito nos artigos.
Conclusão: A criação de equipas inter/multidisciplinares que prestem cuidados a DTQ é o melhor modelo de prestação destes cuidados. A UDA representa uma experiência crescente na prestação deste tipo de cuidados. Os doentes descanulados na UDA registaram uma evolução funcional mais favorável do que os não descanulados. A idade média e tempos de descanulação e de internamento estão no limite superior do descrito nos artigos encontrados, provavelmente por mais comorbilidades, índices de gravidade superiores e prestação de reabilitação independentemente de tempos de permanência hospitalar predeterminados. A UDA poderá evidenciar uma nova área de atuação da MFR.
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