Internamento em Medicina Física e de Reabilitação em Doente com AVC em Contexto Hospital de Agudos - Evolução Funcional e da Satisfação com a Qualidade de Vida: Uma Análise Pré-Pandemia COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.425Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral, Hospitalização, Qualidade de Vida, Reabilitação de AVC, Satisfação do Doente, Tempo de InternamentoResumo
Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC) é a patologia com maior mortalidade em Portugal. Este estudo visa analisar a evolução funcional de casos de AVC em contexto de internamento de hospital de agudos em MFR.
Métodos: O presente estudo é uma coorte retrospetiva, sendo que analisa dados recolhidos entre 2017 e 2019. Foram avaliados 106 pacientes cujo diagnóstico de admissão era de AVC (divididos em grupo AVC isquémico (AVCi) e AVC hemorrágico (AVCh)), caracterizando-se diversas variáveis, nomeadamente o estado funcional em diversos momentos (MIF). Subsequentemente procedeu-se à avaliação da qualidade de vida através da Satisfaction with Life Scale (SWLS). Adicionalmente, conduziu-se modelos de regressão linear múltipla avaliando as variáveis com impacto na melhoria funcional.
Resultados: Dos 106 pacientes, dos quais 76 eram AVCi (72%) e 30 eram AVCh (28%). O grupo AVCh apresentava pacientes mais jovens em comparação com o grupo AVCi (67,57 ± 11,41 vs 58,33 ± 11,33, p<0,001). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre o grupo AVCi e AVCh no que respeita aos tempos de internamento (tempo internamento pré-MFR: 13,66 ± 15,01 vs 11,53 ± 12,414, p=0,495; tempo internamento em MFR: 21,74 ± 15,46 vs 22,10 ± 19,77, p=0,920; tempo internamento total: 35,39 ± 22,15 vs 33,63 ± 23,66, p=0,918), estado funcional à entrada (68,19 ± 17,25 vs 73,42 ± 16,50, p=0,198). Contudo verifica-se a existência de diferença entre o grupo AVCi e AVCh no que concerne o estado funcional à alta clínica (79,64 ± 19,67 vs 98,10 ± 20,04, p<0,001), bem como no grau de melhoria aquando o período de internamento (11,38 ± 7,08 vs 26,88 ± 14,40, p<0,001). Foi ainda verificado correlação positiva do estado funcional aquando a alta clínica com o diagnóstico de AVCh (β = 13,35, p=2,442) e com a idade (β = -0,268, p = 0,006). Por fim, foram verificadas diferenças entre o groupo AVCi e AVCh no que concerne à satisfação com a qualidade de vida (20,01 ± 5,33 vs 23,88 ± 6,07, p= 0,016).
Conclusão: Os resultados deste estudo refletem a importância de considerar diferentes variáveis aquando o internamento em unidades de MFR de casos de AVC.
Downloads
Referências
Sousa-Uva, M. and C.M. Dias, Prevalência de Acidente Vascular Cerebral na população portuguesa: dados da amostra ECOS 2013. 2014.
Feigin, V.L., et al., Worldwide stroke incidence and early case fatality reported in 56 population-based studies: a systematic review. The Lancet Neurology, 2009. 8(4): p. 355-369.
Thrift, A.G., et al., Global stroke statistics. International Journal of Stroke, 2014. 9(1): p. 6-18.
Van Peppen, R.P., et al., The impact of physical therapy on functional outcomes after stroke: what's the evidence? Clinical rehabilitation, 2004. 18(8): p. 833-862.
Winstein, C.J., et al., Guidelines for Adult Stroke Rehabilitation and Recovery: A Guideline for Healthcare Professionals From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke, 2016. 47(6): p. e98-e169.
Andersen, K.K., et al., Hemorrhagic and ischemic strokes compared: stroke severity, mortality, and risk factors. Stroke, 2009. 40(6): p. 2068-2072.
Shiber, J.R., E. Fontane, and A. Adewale, Stroke registry: hemorrhagic vs ischemic strokes. The American journal of emergency medicine, 2010. 28(3): p. 331-333.
Trouillas, P. and R.d. von Kummer, Classification and pathogenesis of cerebral hemorrhages after thrombolysis in ischemic stroke. Stroke, 2006. 37(2): p. 556-561.
Mackay, J., The atlas of heart disease and stroke. Vol. 5. 2004: World Health Organization.
Lackland, D.T., et al., Factors influencing the decline in stroke mortality: a statement from the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke, 2014. 45(1): p. 315-53.
Go, A.S., et al., Executive summary: heart disease and stroke statistics—2014 update: a report from the American Heart Association. Circulation, 2014. 129(3): p. 399-410.
Tummers, J.F., A.J. Schrijvers, and J.M. Visser-Meily, Economic evidence on integrated care for stroke patients; a systematic review. Int J Integr Care, 2012. 12: p. e193.
Nadeau, S.E., et al., Effects of task-specific and impairment-based training compared with usual care on functional walking ability after inpatient stroke rehabilitation: LEAPS Trial. Neurorehabil Neural Repair, 2013. 27(4): p. 370-80.
Stucki, G., A. Cieza, and J. Melvin, The International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF): a unifying model for the conceptual description of the rehabilitation strategy. J Rehabil Med, 2007. 39(4): p. 279-85.
Chung, D.M., et al., Predictors of discharge to acute care after inpatient rehabilitation in severely affected stroke patients. Am J Phys Med Rehabil, 2012. 91(5): p. 387-92.
Roberts, P.S., et al., Risk factors for discharge to an acute care hospital from inpatient rehabilitation among stroke patients. Pm r, 2014. 6(1): p. 50-5; quiz 55.
Bindawas, S.M., V. Vennu, and E. Moftah, Improved functions and reduced length of stay after inpatient rehabilitation programs in older adults with stroke: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. NeuroRehabilitation, 2017. 40(3): p. 369-390.
Safer, V.B. and B.F. Koseoglu, Timing of inpatient rehabilitation initiation in stroke patients: factors influencing early admission. J Phys Ther Sci, 2015. 27(6): p. 1913-7.
Salbach, N.M., et al., Facilitated interprofessional implementation of a physical rehabilitation guideline for stroke in inpatient settings: process evaluation of a cluster randomized trial. Implement Sci, 2017. 12(1): p. 100.
Chuluunbaatar, E., Y.J. Chou, and C. Pu, Quality of life of stroke survivors and their informal caregivers: A prospective study. Disabil Health J, 2016. 9(2): p. 306-12.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os manuscritos devem ser acompanhados de declaração de originalidade, Autoria e de cedência dos direitos de propriedade do artigo, assinada por todos os Autores.
Quando o artigo é aceite para publicação é obrigatória a submissão de um documento digitalizado, assinado por todos os Autores, com a partilha dos direitos de Autor entre Autores e a Revista SPMFR, conforme minuta:
Declaração Copyright
Ao Editor-chefe da Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação
O(s) Autor(es) certifica(m) que o manuscrito intitulado:
____________________________________________________________________ (ref.Revista da SPMFR_________) é original, que todas as afirmações apresentadas como factos são baseados na investigação do(s) Autor(es), que o manuscrito, quer em parte quer no todo, não infringe nenhum copyright e não viola nenhum direito da privacidade, que não foi publicado em parte ou no todo e que não foi submetido para publicação, no todo ou em parte, noutra revista, e que os Autores têm o direito ao copyright.
Todos os Autores declaram ainda que participaram no trabalho, se responsabilizam por ele e que não existe, da parte de qualquer dos Autores conflito de interesses nas afirmações proferidas no trabalho.
Os Autores, ao submeterem o trabalho para publicação, partilham com a Revista da SPMFR todos os direitos a interesses do copyright do artigo.
Todos os Autores devem assinar
Data:
Nome(maiúsculas)
Assinatura
Relativamente à utilização por terceiros a Revista da SPMFR rege-se pelos termos da licença Creative Commons “Atribuição – uso Não-Comercial – Proibição de Realização de Obras derivadas (by-nc-nd)”.
Após publicação na Revista SPMFR, os Autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados.
OS AUTORES DEVERÃO SUBMETER UMA DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO / CONTRIBUTORSHIP STATEMENT INDICANDO O TIPO DE PARTICIPAÇÃO DE CADA AUTOR NO ARTIGO. Mais informações: https://authors.bmj.com/policies/bmj-policy-on-authorship/
