Predição da Recuperação Funcional de Lesionados Medulares no Internamento de Medicina Física e de Reabilitação: Estudo Retrospetivo de um Hospital de Agudos

Autores

  • Diana Rocha Oliveira Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal https://orcid.org/0009-0005-0480-0851
  • David Moura Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal https://orcid.org/0000-0002-9827-3853
  • Sara Ribeiro Silva Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal https://orcid.org/0009-0005-4405-1015
  • Joana Ramalho Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Isabel Romeiro Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal https://orcid.org/0009-0000-7933-7332
  • Ana Sofia Azevedo Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal https://orcid.org/0009-0009-4207-3543
  • Bruno Guimarães Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Sofia Toste Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Catarina Aguiar Branco Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.490

Palavras-chave:

Recuperação funcional, Hospitalização, Lesão Medular/reabilitação

Resumo

Introdução: Avaliar o papel da reabilitação e definir quais as variáveis preditivas da recuperação funcional nos doentes com lesão medular (LM), através da medida de independência na lesão medular (SCIM).
Métodos: Trata-se de um estudo observacional, analítico e retrospetivo, desenvolvido num centro hospitalar de doentes agudos. Foram reunidos os processos de todos os doentes internados neste hospital, no serviço de Medicina Física e de Reabilitação (MFR), entre 2017 e 2022, inclusive, e diagnosticados com LM. As variáveis idade, sexo, etiologia e nível da LM, classificação da lesão motora, duração do internamento e pontuação da SCIM à admissão e à data de alta, foram recolhidas e sujeitas a análise estatística.
Resultados: A amostra em estudo é constituída por um total de 38 doentes. Verificou-se uma variação estatisticamente significativa (p < 0,05) da pontuação da SCIM, entre a data de admissão e a data de alta, A maior recuperação percentual ocorreu nos autocuidados. Observou-se uma correlação positiva e moderada entre a pontuação total da SCIM à data de alta, quer com o nível de lesão (ρ = 0,452; p = 0,004), quer com o tipo de lesão motora à admissão. Os doentes com lesão motora incompleta obtiveram melhores pontuações em todos os subdomínios, quando comparado com os doentes com lesão motora completa, contudo essa diferença só foi estatisticamente significativa no subdomínio da respiração e esfíncteres (p = 0,006). Relativamente à relação entre a pontuação SCIM e o nível da lesão, observou-se que, quer na pontuação total da SCIM, quer nos subdomínios dos autocuidados e da mobilidade, os grupos que obtiveram diferenças estatisticamente significativas entre si foram o da tetraplegia alta e o da paraplegia.
Conclusão: Existe uma melhoria significativa em todos os subdomínios da SCIM entre a data de admissão e a data de alta. O nível da LM e o tipo de lesão motora foram as únicas variáveis preditivas da pontuação total da SCIM à data de alta, com os doentes com menor estado de gravidade a apresentarem melhores pontuações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adriaansen JJ, Ruijs LE, van Koppenhagen CF, van Asbeck FW, Snoek GJ, van Kuppevelt D, et al. Secondary health conditions and quality of life in persons living with spinal cord injury for at least ten years. Journal of rehabilitation medicine. 2016;48(10):853-60.

Kumar R, Lim J, Mekary RA, Rattani A, Dewan MC, Sharif SY, et al. Traumatic Spinal Injury: Global Epidemiology and Worldwide Volume. World neurosurgery. 2018;113:e345-e63.

Ding W, Hu S, Wang P, Kang H, Peng R, Dong Y, et al. Spinal Cord Injury: The Global Incidence, Prevalence, and Disability From the Global Burden of Disease Study 2019. Spine. 2022;47(21):1532-40.

Azarhomayoun A, Aghasi M, Mousavi N, Shokraneh F, Vaccaro AR, Haj Mirzaian A, et al. Mortality Rate and Predicting Factors of Traumatic Thoracolumbar Spinal Cord Injury; A Systematic Review and Meta-Analysis. Bulletin of emergency and trauma. 2018;6(3):181-94.

Divanoglou A, Westgren N, Bjelak S, Levi R. Medical conditions and outcomes at 1 year after acute traumatic spinal cord injury in a Greek and a Swedish region: a prospective, population-based study. Spinal cord. 2010;48(6):470-6.

Sezer N, Akkuş S, Uğurlu FG. Chronic complications of spinal cord injury. World journal of orthopedics. 2015;6(1):24-33.

Musubire AK, Meya DB, Katabira ET, Meyer ACL, Bohjanen PR, Boulware DR, et al. Epidemiology of non-traumatic spinal cord injury in Uganda: a single center, prospective study with MRI evaluation. BMC neurology. 2019;19(1):10.

Buzzell A, Chamberlain JD, Gmünder HP, Hug K, Jordan X, Schubert M, et al. Survival after non-traumatic spinal cord injury: evidence from a population-based rehabilitation cohort in Switzerland. Spinal cord. 2019;57(4):267-75.

Smith É, Fitzpatrick P, Lyons F, Morris S, Synnott K. Epidemiology of non-traumatic spinal cord injury in Ireland - a prospective population-based study. The journal of spinal cord medicine. 2022;45(1):76-81.

Ge L, Arul K, Ikpeze T, Baldwin A, Nickels JL, Mesfin A. Traumatic and Nontraumatic Spinal Cord Injuries. World neurosurgery. 2018;111:e142-e8.

Golestani A, Shobeiri P, Sadeghi-Naini M, Jazayeri SB, Maroufi SF, Ghodsi Z, et al. Epidemiology of Traumatic Spinal Cord Injury in Developing Countries from 2009 to 2020: A Systematic Review and Meta-Analysis. Neuroepidemiology. 2022;56(4):219-39.

Holmes D. Spinal-cord injury: spurring regrowth. Nature. 2017;552(7684):S49.

Fehlings MG, Tetreault LA, Aarabi B, Anderson P, Arnold PM, Brodke DS, et al. A Clinical Practice Guideline for the Management of Patients With Acute Spinal Cord Injury: Recommendations on the Type and Timing of Rehabilitation. Global spine journal. 2017;7(3 Suppl):231s-8s.

Fehlings MG, Tetreault LA, Wilson JR, Kwon BK, Burns AS, Martin AR, et al. A Clinical Practice Guideline for the Management of Acute Spinal Cord Injury: Introduction, Rationale, and Scope. Global spine journal. 2017;7(3 Suppl):84s-94s.

Catz A, Itzkovich M, Agranov E, Ring H, Tamir A. SCIM--spinal cord independence measure: a new disability scale for patients with spinal cord lesions. Spinal cord. 1997;35(12):850-6.

Catz A, Itzkovich M, Steinberg F, Philo O, Ring H, Ronen J, et al. The Catz-Itzkovich SCIM: a revised version of the Spinal Cord Independence Measure. Disability and rehabilitation. 2001;23(6):263-8.

Catz A, Itzkovich M. Spinal Cord Independence Measure: comprehensive ability rating scale for the spinal cord lesion patient. Journal of rehabilitation research and development. 2007;44(1):65-8.

Itzkovich M, Gelernter I, Biering-Sorensen F, Weeks C, Laramee MT, Craven BC, et al. The Spinal Cord Independence Measure (SCIM) version III: reliability and validity in a multi-center international study. Disability and rehabilitation. 2007;29(24):1926-33.

Schober P, Boer C, Schwarte LA. Correlation Coefficients: Appropriate Use and Interpretation. Anesthesia & Analgesia. 2018;126(5):1763-8.

Kang Y, Ding H, Zhou H, Wei Z, Liu L, Pan D, et al. Epidemiology of worldwide spinal cord injury: a literature review. Journal of Neurorestoratology. 2018;6(1):1-9.

Downloads

Publicado

2024-11-23

Como Citar

1.
Oliveira DR, Moura D, Silva SR, Ramalho J, Romeiro I, Azevedo AS, et al. Predição da Recuperação Funcional de Lesionados Medulares no Internamento de Medicina Física e de Reabilitação: Estudo Retrospetivo de um Hospital de Agudos. SPMFR [Internet]. 23 de Novembro de 2024 [citado 10 de Dezembro de 2024];36(2):50-6. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/490

Edição

Secção

Artigo original

Artigos Similares

<< < 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.