Miastenia Gravis em Doente com Lesão Medular Crónica: Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.426Palavras-chave:
Espasticidade Muscular, Lesão Medular, Miastenia Gravis, Toxina Botulínica Tipo A/uso terapêuticoResumo
A miastenia gravis (MG) é uma doença autoimune adquirida caracterizada por fraqueza e fatigabilidade musculares flutuantes com agravamento vespertino. Este caso relata o raro surgimento de MG num doente com lesão medular prévia.
Homem, 50 anos, com tetraplegia AIS C nível neurológico C5 síndrome centro-medular de etiologia traumática, com bomba de baclofeno intratecal e necessidade de aplicação regular de toxina botulínica (TB) nos membros superiores por espasticidade severa. Inicia em agosto de 2018 queixas flutuantes de diplopia, cefaleias, disfagia, hipofonia e fraqueza muscular. Por suspeita de MG, em outubro de 2018, foi internado em Neurologia. Os exames realizados detetaram anticorpos anti-recetores de acetilcolina séricos e uma “resposta decremental significativa e reprodutível compatível com doença da junção neuromuscular pós- sinática” no teste de Estimulação Nervosa Repetitiva que confirmaram a suspeita diagnóstica. Iniciou tratamento com corticoterapia e imunoglobulina com melhoria. Sendo a TB agravante da sintomatologia da MG, não foi novamente aplicada, tendo-se verificado um agravamento da espasticidade.
Este caso relata a presença concomitante de duas entidades raras: lesão medular e MG. O facto de se tratar de uma lesão incompleta num doente com espasticidade severa, apresenta desafios adicionais a ambas as entidades e tornam este caso excecionalmente desafiante.
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