Doença Coronária Residual Significativa: Problema ou Indicação para Programa de Reabilitação Cardíaca?
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.143Palavras-chave:
Doença Cardiovasculares, Estenose Coronária, Reabilitação, Equivalente Metabólico, Qualidade de VidaResumo
Introdução: Os programas de reabilitação cardíaca (PRC) estão recomendados (Classe I, nível de evidência A) em todo o espectro da doença coronária (DC), incluindo após procedimentos de revascularização percutânea. Contudo, a evidência atual não é clara quanto ao impacto dos PRC em doentes com estenose residual significativa após revascularização percutânea, sendo estes frequentemente excluídos dos PRC.
Objetivos: Pretendemos avaliar a influência de estenose coronária residual significativa (noutros territórios) na resposta multidimensional a um programa de reabilitação cardíaca.
Material e Métodos: Análise retrospetiva de 369 doentes integrados num programa de reabilitação cardíaca (fase II) após síndrome coronário agudo (SCA) seguido de revascularização coronária percutânea bem sucedida (estenose residual <10% e fluxo TIMI final grau 3). Os doentes foram categorizados segundo a presença de estenose anatómica significativa (≥50%) noutros vasos epicárdicos não revascularizados (EST+). Foram recolhidos dados referentes às características sociodemográficas, perfil de risco cardiovascular e características do SCA. A capacidade funcional [equivalentes metabólicos e duração total na prova de esforço (min:seg)], o perfil psicossocial (baseado na hospital anxiety and depression scale) e a qualidade de vida (baseada na short-form-36 health survey) foram avaliados no início e final do PRC. A nível estatístico foram aplicados os testes convencionais para avaliação da resposta em cada grupo (t-student para amostras emparelhadas ou Wilcoxon, e teste McNemar) e entre grupos (t-student ou Mann-Whitney, e qui-quadrado).
Resultados: Não foram detetadas diferenças quanto à idade entre grupos, mas o grupo EST+ apresenta uma maior prevalência de mulheres e menor proporção de trabalhadores ativos. O grupo EST+ apresenta inicialmente pior perfil de risco risco cardiovascular e pior capacidade funcional basal. Não se verificaram diferenças quanto às características do SCA, perfil psicossocial e perceção geral do estado de saúde. Ambos os grupos demonstraram melhoria significativa quanto à capacidade funcional [+1.5(1.61) equivalentes metabólicos versus +2.1(1.5), ρ<0.001], e não significativamente diferente entre os grupos (ρ=0.91); melhoria significativa quanto às dimensões físicas da SF-36 [(+3.6(6.5) versus +3.1(6.7); ρ<0.001] e nas dimensões mentais, apenas no grupo EST-. Quanto ao perfil psicossocial, verificou-se resposta positiva no componente ansioso apenas no grupo EST-.
Conclusões: O benefício multidimensional dos PRC parece ser extensível aos doentes com doença coronária residual. Contudo, a heterogeneidade deste grupo, sugere precaução na interpretação destes resultados e deverá ser considerada no momento da referenciação.
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