Reabilitação Pós-Cirúrgica da Doença de Dupuytren: Um Estudo Retrospetivo

Autores

  • Carolina Pereira Barbeiro Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, Alcoitão, Portugal
  • Inês Mendes Ribeiro Hospital Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • André Ladeira Hospital Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • Ana Dias Hospital Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal
  • Ana Cadete Hospital Fernando da Fonseca, Amadora, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.252

Palavras-chave:

Contratura de Dupuytren/reabilitação, Cuidados Pós-Operatórios

Resumo

Introdução: A doença de Dupuytren é uma patologia proliferativa benigna do tecido conjuntivo que envolve a fáscia palmar. A primeira manifestação clínica reportada pelo doente é o espessamento da pele junto à articulação MCF. O 5º dedo é o mais afetado, e a doença de Dupuytren atinge mais frequentemente homens com mais de 40 anos. A diabetes mellitus, a dependência do álcool e do tabaco e o VIH estão associados a um maior risco de desenvolvimento da doença. O tratamento gold standard nos estadios mais avançados é a indicação cirúrgica. A reabilitação pós-operatória deve começar entre 3 a 5 dias após a cirurgia com a colocação de uma ortótese palmar e o início de um programa de reabilitação funcional da mão. O objectivo do estudo foi caracterizar uma população com doença de Dupuytren submetida a intervenção cirúrgica e avaliar os ganhos dos doentes sujeitos a um programa de reabilitação pós-cirúrgico.

Método: Estudo retrospetivo e longitudinal com consulta dos arquivos clínicos dos doentes com doença de Dupuytren tratados cirurgicamente, avaliados e seguidos no Serviço de Medicina Física e de Reabilitação de acordo com o programa de terapia ocupacional.

Resultados: De um total de 50 doentes com doença de Dupuytren tratados cirurgicamente entre janeiro de 2014 e agosto de 2015, 92% são homens. A média de idades é de 64,22 anos de idade. Os fatores de risco associados foram predominantemente diabetes mellitus (22%), tabagismo (8%) e hábitos etanólicos moderados a acentuados (6%). Dos doentes, 54% foram operados à mão direita, e a maioria dos doentes foi operada ao 5º raio da mão (38%). Dos doentes, 42 (84%) frequentaram o programa de reabilitação duas vezes por semana. Treze doentes abandonaram o tratamento não tendo efetuado consulta de reavaliação. A média dos tratamentos foi de 70,14 dias (DP 42,5). Em comparação com o início e o fim do programa de reabilitação houve uma diferença significativa tanto na extensão como na flexão da MCF (p = 0,00, p = 0,03) e da IFP (p = 0,00, p = 0,01). Não se encontraram outras relações estatisticamente significativas.

Conclusão: A cirurgia seguida de um programa de reabilitação estruturado na doença de Dupuytren permitiu nesta população uma melhoria das amplitudes articulares.

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Como Citar

1.
Pereira Barbeiro C, Mendes Ribeiro I, Ladeira A, Dias A, Cadete A. Reabilitação Pós-Cirúrgica da Doença de Dupuytren: Um Estudo Retrospetivo. SPMFR [Internet]. 5 de Agosto de 2017 [citado 26 de Dezembro de 2024];29(1):22-6. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/252

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