Orientações para a Viagem em Meio Aéreo no Doente Neuromuscular
DOI :
https://doi.org/10.25759/spmfr.144Mots-clés :
Avião, Medicina Aeroespacial, Doenças NeuromuscularesRésumé
Introdução: O doente com patologia neuromuscular pode apresentar como complicação respiratória da sua doença uma síndrome de hipoventilação crónica, devido à incapacidade neuromuscular do seu aparelho respiratório. Durante uma viagem em meio aéreo, a exposição a um ambiente hipóxico pode condicionar nestes doentes uma descompensação aguda.
Objetivos: Definir linhas de orientação para a avaliação e suplementação com O2 de doentes neuromusculares que pretendam realizar viagem em meio aéreo.
Material e Métodos: Revisão da literatura atual referente à temática da gestão médica da viagem aérea em doentes com patologia respiratória, realçando-se as implicações nos doentes neuromusculares. Foi feita pesquisar nos motores de meta-pesquisa TRIPdatabase, SUMsearch ena base de dados bibliográfica Medline/PubMed.
Resultados: Compete ao médico assistente avaliar a aptidão física do doente com patologia neuromuscular para viagem em meio aéreo, bem como o eventual benefício da suplementação com oxigénio e/ou de outros meios terapêuticos mais invasivos. Para tomar uma decisão fundamentada, o médico fará uma avaliação clínica e, se necessária, uma avaliação funcional complementar e confrontará estes resultados com as recomendações atuais. A avaliação clínica inclui a anamnese, medição das saturações periféricas e, se necessário, a avaliação gasométrica e/ou espirometria. A avaliação funcional compreende a prova de 50 metros marcha, as equações de previsão da hipoxemia e os testes de simulação da hipóxia em altitude.
Conclusões: A viagem em meio aéreo é uma realidade necessária em diversos contextos de carácter sócioprofissional. O médico assistente deverá estar alerta para os efeitos do voo no doente neuromuscular, saber avaliá-lo e decidir fundamentado em recomendações atuais de medicina das viagens aéreas.
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