Exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.93Resumo
Introdução: A paralisia cerebral é uma patologia que surge na idade pediátrica e implica necessidades de reabilitação ao longo da vida. O exercício físico, nomeadamente o aquático, ganhou importância no processo de reabilitação das crianças e adolescentes com paralisia cerebral. Contudo, os seus verdadeiros efeitos não foram ainda definidos.
Métodos: Pesquisou-se a expressão (“cerebral palsy” AND “aquatic”) OR (“children” AND “aquatic exercise”) nas bases de dados PubMed, PEDro e Cochrane e analisaram-se os dados relativos à população, intervenção terapêutica, controlo e resultados em 13 artigos.
Resultados: 102 crianças/adolescentes com paralisia cerebral foram submetidos a um programa de exercício aquático. As amostras variaram entre um e 46 elementos com 5 a 21 anos de idade; todos eles apresentavam um padrão espástico de paralisia cerebral, sendo a forma de apresentação variável. Todos os artigos incluíram no programa de exercício aquático atividades para desenvolver a resistência aeróbia; alguns deles incluíram ainda atividades de fortalecimento muscular e/ou de outras variantes da aptidão física. As intervenções duraram 30 a 60 minutos (1-3 vezes/semana) num período de 6 semanas a 8 meses. Nenhum dos artigos procedeu à randomização da amostra e apenas quatro compararam grupos com intervenções distintas. A metodologia de avaliação dos resultados foi diversa, abrangendo as repercussões do programa de exercício aquático na funcionalidade.
Discussão: As particularidades do meio aquático conferem uma vantagem para a reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral tendo em conta o espectro de apresentação da doença. Apesar das evidências de eficácia e segurança do exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral serem ainda limitadas, este tipo de exercício enquadra-se como uma boa alternativa para melhorar os níveis de aptidão física, parâmetro fundamental no processo de reabilitação desta população. A diversidade das arquiteturas dos estudos já realizados não permite aglutinar evidências quanto à eficácia do exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral mas permite avançar com sugestões para tentar ultrapassar esta limitação.
Conclusões: O exercício aquático revela-se uma opção válida para as crianças e adolescentes com paralisia cerebral alcançarem alguns dos benefícios de uma vida ativa, otimizarem a sua funcionalidade e melhorarem a sua qualidade de vida. Os próximos estudos sobre programas de exercício aquático na reabilitação da paralisia cerebral deverão, entre outros aspetos, recrutar indivíduos pela classificação no Sistema de Classificação da Função Motora Global, utilizar escalas de avaliação consensuais e tecer considerações sobre barreiras à participação, adequação do programa de reabilitação e segurança do ambiente aquático.
Palavras-chave: Exercício; Reabilitação; Criança; Adolescente; Paralisia Cerebral.
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