Lesões Medulares: Caracterização Epidemiológica da Última Década num Hospital de Agudos
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.299Palavras-chave:
Lesões Medulares/epidemiologiaResumo
Introduçao: A lesão medular (LM) é uma das lesões com maior impacto orgânico, psicológico e social. A análise e compreensão da sua evolução epidemiológica, permite ao sistema de saúde implementar medidas preventivas e direccionar recursos no sentido da sua melhor gestão.
O objectivo foi caracterizar a população de LM observada na consulta de Fisiatria do Centro Hospitalar Universitário do Porto, com lesão ocorrida num intervalo de 10 anos
Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo que incluiu 162 doentes observados entre Janeiro 2007 e Dezembro de 2017, com lesão ocorrida neste período. Os dados demográficos e clínicos foram recolhidos dos processos clínicos electrónicos.
Resultados: Noventa cinco doentes (58,65%) apresentavam LM de causa não traumática (LMNT) e 41,35% LM de causa traumática (LMT). Em ambos os grupos houve predomínio do sexo masculino, sem diferença na média de idades, com pico de incidência entre a quinta e sexta décadas de vida. Relativamente à etiologia das LMT assistimos a um predomínio de quedas da própria altura, numapopulaçãomaisenvelhecidaeumnumeromenor de acidentes de viação em populações mais jovens. Comparando o nível neurológico com a etiologia da lesão (traumática versus não traumática), constatamos um predomínio cervical em ambas. Na classificação American Spinal Injury Association Impairment Scale (AIS) deparamo-nos com um predomínio de lesões incompletas no grupo não trauma (LMNT), com significado estatístico (p<0,005).
Conclusão: Os resultados encontrados neste estudo proporcionam informação sobre a realidade das LM em Portugal e refletem a mudança de paradigma relativamente à epidemiologia, nas últimas décadas, com um atingimento preferencial da faixa etária idosa e um aumento progressivo das LMNT.
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