Resultados Funcionais num Ambiente de Reabilitação em Regime de Internamento após Síndrome de Cuidados Pós-Intensivos devido à COVID-19: Um Estudo Retrospetivo

Autores

  • Sofia Ribeiro Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal https://orcid.org/0000-0001-8782-2039
  • Gabi Almeida Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal https://orcid.org/0009-0004-1724-042X
  • Ana Rita Raposo Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal https://orcid.org/0000-0003-1406-8041
  • Patrícia Pereira Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal https://orcid.org/0009-0002-2498-0157
  • Sara Freixo Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal
  • Ivone Soares Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal
  • Cláudia Gemelgo Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal
  • Fátima Martins Pereira Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.491

Palavras-chave:

COVID-19/reabilitação, Doentes Internados, Recuperação da Função, Unidades de Cuidados Intensivos

Resumo

Introdução: A COVID-19 pode causar uma síndrome respiratória aguda grave com insuficiência respiratória aguda e necessidade de hospitalização. As complicações e consequências funcionais de um internamento numa Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) denominam-se de síndrome pós-internamento em UCI (SPICI). Este estudo visa descrever a evolução funcional de doentes com SPICI por COVID-19, avaliando potenciais fatores que podem influenciar ou até predizer essa mesma evolução.
Métodos: Este estudo retrospetivo incluiu todos os pacientes internados num Serviço de Medicina Física e de Reabilitação (MFR) após internamento em contexto de COVID-19 crítica. Foram recolhidos dados relativos às características clínicas e demográficas desses pacientes.
Resultados: Este estudo incluiu 18 pacientes, a maioria do sexo masculino, com uma média de 60 anos de idade. Constatou-se um importante envolvimento radiológico pela doença em todos os pacientes, e a maior parte deles ainda necessitava de oxigénio suplementar à admissão no internamento de MFR. A medida de independência funcional (MIF) total e o Medical Research Council Sum-Score (MRC-SS) aumentaram significativamente desde a admissão até à alta do internamento de MFR. Quanto maior a percentagem de envolvimento pulmonar radiológico pela doença e a necessidade de oxigénio suplementar (FiO2) à admissão no internamento de MFR, maior a variação da MIF entre a admissão e a alta. A presença de uma MIF menor à admissão também se correlacionou com uma maior variação da MIF durante o internamento. Quanto maior o MRC-SS à data de alta, maior a MIF nesse momento. Por outro lado, a maior necessidade de suplementação de oxigénio à data de alta prediz uma MIF menor nesse momento.
Conclusão: O internamento no Serviço de Reabilitação esteve associado a uma evolução motora e funcional significativas. A recuperação funcional dos nossos pacientes esteve mais correlacionada com o envolvimento radiológico pela doença, a necessidade de suplementação de oxigénio e a funcionalidade global à admissão, do que propriamente com a força muscular. A condição cardiopulmonar à data de alta, expressa pela FiO2, revelou-se mais importante do que a força muscular para definir o resultado funcional à data de alta, e inclusivamente predisse a MIF à data de alta. Assim, de acordo com o nosso estudo, pacientes com um maior envolvimento respiratório/ pulmonar pela COVID-19 e menores níveis de independência funcional à admissão, parecem ser aqueles que mais beneficiam de integrar um programa intensivo de reabilitação em regime de internamento.

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Publicado

2024-11-23

Como Citar

1.
Ribeiro S, Almeida G, Raposo AR, Pereira P, Freixo S, Soares I, et al. Resultados Funcionais num Ambiente de Reabilitação em Regime de Internamento após Síndrome de Cuidados Pós-Intensivos devido à COVID-19: Um Estudo Retrospetivo. SPMFR [Internet]. 23 de Novembro de 2024 [citado 10 de Dezembro de 2024];36(2):57-6. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/491

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