Telereabilitação no Tratamento da Incontinência Urinária: Uma Alternativa em Tempos de Pandemia?
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.452Palavras-chave:
pélvico, Aplicações Móveis, Comunicação por Videoconferência, Incontinência Urinária/ reabilitação, Incontinência Urinária/tratamento, , Internet, Modalidades de Fisioterapia, Pandemia, Pavilhão Pélvico, Telemedicina, Terapia por ExercícioResumo
Introdução: A incontinência urinária (IU) é um problema frequente, particularmente nas mulheres. A abordagem de primeira linha para a IU é conservadora e inclui alterações do estilo de vida, treino vesical e reeducação muscular do pavimento pélvico (RMPP). A RMPP pode ser realizada em diferentes formatos: sessões individuais supervisionadas, aulas de grupo ou exercícios no domicílio, de acordo com um plano individualizado.
A pandemia SARS-CoV-2 levou ao atraso ou cancelamento de tratamentos de reabilitação em muitos doentes, tendo a telereabilitação ganho importância. O objetivo da presente revisão é a análise da evidência relativa a diferentes métodos de telereabilitação utilizado no tratamento da IU.
Métodos: Foi realizada uma pesquisa na base de dados PubMed com os termos “telerehabilitation”, “telemedicine”, “app”, “smartphone”, “mobile health” ou “videoconfe- rence”, em combinação com “pelvic floor” ou “urinary incontinence”.
Resultados: Nove artigos foram analisados. Os métodos utilizados foram aplicações móveis (6 estudos), com ou sem aparelho de biofeedback; aulas de grupo por videoconferência (1 estudo); programa de RMPP via website (1 estudo); sistema de lembrete via smartphone (1 estudo). Aulas de grupo por videoconferência mostraram resultados similares aos obtidos em sessões individuais supervisionadas de RMPP. Os programas baseados em aplicações móveis mostraram superioridade relativamente à ausência de tratamento (tratamento adiado). Os programas de RMPP via website ou aplicação móvel parecem obter resultados semelhantes a instruções por escrito para exercícios no domicílio. Não parece existir benefício adicional em associar aparelho de biofeedback a um programa por aplicação móvel. Em homens após prostatectomia, um programa de RMPP baseado em aplicação móvel acelerou a melhoria da IU. A utilização de tecnologias parece fomentar a adesão e satisfação com os programas.
Conclusão: A telereabilitação na IU apresenta-se como uma alternativa útil na ausência de programas presenciais supervisionados, apresentando resultados comparáveis aos de exercícios realizados no domicílio e contribuindo para a adesão e satisfação com os tratamentos. Estudos adicionais são necessários relativamente à sua aplicabilidade em populações idosas e aos resultados a longo prazo.
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