Mortalidade e Agravamento de Capacidade de Marcha em Doentes com Fraturas de Fragilidade da Extremidade Proximal do Fémur

Autores

  • Rui Prado Costa Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar São João, Porto, Portugal
  • Helena Tavares Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar São João, Porto, Portugal
  • Sara Ganhão Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal
  • Francisca Aguiar Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.325

Palavras-chave:

Idoso, Fratura de Anca/mortalidade, Fratura da Anca/reabilitação

Resumo

Introdução: As fraturas de fragilidade da extremidade proximal do fémur (FFEPF) associam-se a significativa mortalidade e perda de autonomia. O objetivo deste trabalho consistiu na determinação dos fatores associados ao agravamento da capacidade de marcha seis meses pósfratura e a mortalidade no primeiro ano em doentes com FFEPF.

Métodos: Estudo retrospetivo de doentes admitidos num centro hospitalar terciário por FFEPF. Foram colhidos os dados a partir dos registos clínicos. Foi realizada análise comparativa de vários fatores relativamente ao agravamento da capacidade de marcha seis meses pós-fratura e a mortalidade no primeiro ano.

Resultados: Quinhentos vinte e dois doentes foram admitidos por FFEPF. Cerca de 49% dos doentes tiveram agravamento da marcha a seis meses relativamente ao estado pré-fratura. Pela análise do subgrupo de doentes que tiveram intervenção através da Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI), apenas 11% recuperaram o nível prévio de capacidade de marcha durante o internamento de Ortotraumatologia e 28% tiveram recuperação adicional na RNCCI. Das diferentes variáveis analisadas, não se encontrou associação significativa com o agravamento de marcha a seis meses. Dos doentes, 18% faleceram no primeiro ano pós-fratura. A ausência de marcha pré-fratura (p=0,094), a ausência de marcha pósfratura a seis meses (p=0,024), a fratura do colo do fémur (p=0,006) e cirurgia com artroplastia total e hemiartroplastia (p=0,047 e p=0,033 respetivamente) apresentaram curvas de sobrevivência significativamente inferiores. O modelo de regressão logística determinou que o género masculino (OR 2,95; p=0,033) e a ausência de capacidade de marcha a seis meses (OR 7,43; p=0,024) após a fratura foram preditores de mortalidade no primeiro ano.

Conclusão: A mortalidade no primeiro ano e o agravamento da capacidade de marcha, são consideráveis nos doentes com FFPEF. A gestão desses doentes deve priorizar a reabilitação integral, em fase precoce dado o seu possível impacto ao nível do prognóstico vital e funcional.

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Publicado

2021-01-14

Como Citar

1.
Prado Costa R, Tavares H, Ganhão S, Aguiar F. Mortalidade e Agravamento de Capacidade de Marcha em Doentes com Fraturas de Fragilidade da Extremidade Proximal do Fémur. SPMFR [Internet]. 14 de Janeiro de 2021 [citado 5 de Dezembro de 2024];32(4):142-54. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/325

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