Tratamento Farmacológico da Disfunção Erétil Neurogénica: Uma Revisão Narrativa

Autores

  • Mariana Martins Hospital Curry Cabral, CHLC, Lisboa, Portugal
  • Ana Pereira Hospital Curry Cabral, CHLC, Lisboa, Portugal
  • Marta Amaral Silva Hospital Curry Cabral, CHLC, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0000-0002-9075-6201
  • Elsa Marques Hospital Curry Cabral, CHLC, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.474

Palavras-chave:

Disfunção Erétil Neurogénica, Tratamento Farmacológico

Resumo

A ereção é um evento primordial na função sexual do Homem, sendo particularmente enaltecida e valorizada nesta população. A função sexual satisfatória é, por conseguinte, um fator fulcral para a qualidade de vida. A disfunção erétil corresponde à incapacidade para atingir e/ou manter uma ereção suficientemente rígida para o desempenho sexual. Esta pode ter várias etiologias, e por isso, é transversal a várias especialidades médicas. Apesar de primordial, continua a ser uma área frequentemente subvalorizada/subtratada, pela dificuldade na sua abordagem, ainda usualmente considerada um “tabu” pela sociedade atual. A disfunção sexual, de etiologia neurológica, quer central quer periférica, integra-se frequentemente em contextos de patologias complexas, das quais resultam múltiplas sequelas neuro-motoras, cognitivo-comportamentais e funcionais, com repercussão na relação do doente e/ou casal. Pela sua importância, e fator contributivo na funcionalidade global do individuo e qualidade de vida, a função sexual deve ser valorizada pela equipa médica e parte integrante de uma abordagem holística do doente. Esta deve ter em conta múltiplos fatores intervenientes na função sexual, além da condição médica, e dos quais se destacam: o contexto biopsicossocial do individuo/casal, a vida sexual previa à lesão neurológica, crenças, religião e orientação sexual, comorbilidades associadas que culminem em lesão vascular/endotélio, medicação habitual que possa intervir na função sexual, e o impacto psicossocial da disfunção erétil neurogénica. Esta complexidade na abordagem e no tratamento da disfunção erétil neurogénica torna-a um verdadeiro desafio. O tratamento pode incluir uma abordagem farmacológica e não farmacológica, sendo que a informação e aconselhamento sobre a doença são estratégias essenciais. A terapêutica farmacológica é frequentemente incluída na abordagem médica desta patologia, e os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 têm sido, ao longos dos últimos 20 anos, os fármacos mais amplamente utilizados, pelo seu perfil de segurança e eficácia. O presente artigo tem como objetivo oferecer uma visão global sobre a etiopatogenia da disfunção erétil neurogénica, bem como a sua abordagem farmacológica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Kroner RA, Goldstein I, Kirby MG, Parker JD, Sadovsky R. Cardiovascular safety of phosphodiesterase type 5 inhibitors after nearly 2 decades on the market. Sex Med Rev. 2018;6(4):583-94. doi:10.1016/j.sxrm.2018.03.008

Bruzziches R, Francomano D, Gareff P, Lenzl A, Aversa A. An update on pharmacological treatment of erectile dysfunction with phosphodiesterase type 5 inhibitors. Expert Opin Pharmacother. 2013;14(10):1333-44. doi:10.1517/14656562.2013.79966

McMahon CG. Current diagnosis and management of erectile dysfunction. Med J Aust. 2019;21(10):469-76. doi:10.5694/mja2.50167

Diaconu CC, Manea M, Marcu DR, Socca B, Spinu AD, Braiu OG. Erectile dysfunction as a marker of cardiovascular disease: a review. Acta Cardiol. 2020;75(4):286-92. doi:10.1080/00015385.2019.1590498

Thomas C, Konstantinidis C. Neurogenic erectile dysfunction: where do we stand? Medicines. 2021;8(1):3. doi:10.3390/medicines8010003

Shridharani AN, Brant WO. The treatment of erectile dysfunction in patients with neurogenic disease. Transl Androl Urol. 2016;5(1):88-101. doi:10.3978/j.issn.2223-4683.2016.01.07

Del Popolo G, Cito G, Gemma L, Natali A. Neurogenic sexual dysfunction treatment: a systematic review. Eur Urol Focus. 2020;6(4):868-76. doi:10.1016/j.euf.2019.12.002

Denys P, Charlier-Kastler E, Even A, Joussain C. How to treat neurogenic bladder and sexual dysfunction after spinal cord lesion. Rev Neurol (Paris). 2021;177(5):589-93. doi:10.1016/j.neurol.2020.07.013

Calabrio RS, Polimeni G, Bramanti P. Recent advances in the treatment of neurogenic erectile dysfunction. Recent Pat CNS Drug Discov. 2014;9(1):41-53. doi:10.2174/221279840666140131122641

Fenstermaker M, Dupree JM, Hadj-Moussa M, Ohl DA. Management of erectile dysfunction and infertility in the male spinal cord injury patient. Curr Urol Rep. 2018;19(7):47. doi:10.1007/s11934-018-0806-z

Affert L, Pannek J, Burnett AL, Razename C, Tzanoulirou S, Bobela W, et al. Performance and safety of treatment options for erectile dysfunction in patients with spinal cord injury: a review of the literature. Andrology. 2020;8(6):1660-73. doi:10.1111/andr.12878

Lombardi G, Musco S, Wyndaele JJ, Del Popolo G. Treatments for erectile dysfunction in spinal cord patients: alternatives to phosphodiesterase type 5 inhibitors? A review study. Spinal Cord. 2015;53(12):849-54. doi:10.1038/sc.2015.137

Pechorro PS, Calvinho AM, Pereira NM, Veira RX. Validação de uma versão portuguesa do Índice Internacional de Função Erétil-5 (IIEF-5). Rev Int Androl. 2011;9(1):3-9. doi:10.1016/S1689-031X(11)70002-4

Graça B. Índice Internacional da Função Erétil: protagonista na disfunção erétil. Acta Urológica. 2008;25(9):45-7.

Moussa M, Papatsoris AG, Abou Chakra M, Dabboucy B, Fares Y. Erectile dysfunction in common neurological conditions: a narrative review. Arch Ital Urol Androl. 2020;92(4):371-6. doi:10.4081/aiua.2020.4.371

Hong JH, Kwon YS, Kim IV. Pharmacodynamics, pharmacokinetics and clinical efficacy of phosphodiesterase-5 inhibitors. Expert Opin Drug Metab Toxicol. 2017;13(2):183-92. doi:10.1080/17425255.2017.1244265

Yuan J, Zhang RJ, Yang Z, Lee J, Liu Y, Tian J, et al. Comparative effectiveness and safety of oral phosphodiesterase type 5 inhibitors for erectile dysfunction: a systematic review and network meta-analysis. Eur Urol. 2013;63(5):902-12. doi:10.1016/j.sxrm.2013.01.012

Yafi FA, Sharip ID, Becher EF. Update on the safety of phosphodiesterase type 5 inhibitors for the treatment of erectile dysfunction. Sex Med Rev. 2018;6(2):242-52. doi:10.1016/j.sxrm.2017.08.001

Zucchi A, Costantini E, Scroppo FI, Silvani M, Kopa Z, Illiano E, et al. The first-generation phosphodiesterase 5 inhibitors and their pharmacokinetic issue. Andrology. 2019;7(6):804-17. doi:10.1111/andr.12683

Yafi FA, Sharip ID, Becher EF. Update on the safety of phosphodiesterase type 5 inhibitors for the treatment of erectile dysfunction. Sex Med Rev. 2017;5(4):529-39. doi:10.1016/j.sxrm.2017.08.001

Diaconu CC, Manea M, Marcu DR, Socca B, Spinu AD, Braiu OG. Erectile dysfunction as a marker of cardiovascular disease: a review. Acta Cardiol. 2020;75(4):286-92. doi:10.1080/00015385.2019.1590498

Hatzimountidis K, Salonia A, Adalkan G, Buvat J, Carrier S, El-Meliegy A, et al. Pharmacotherapy for erectile dysfunction: recommendations from the Fourth International Consultation for Sexual Medicine. J Sex Med. 2016;13(4):465-88. doi:10.1016/j.jssm.2016.01.016

Downloads

Publicado

2025-10-02

Como Citar

1.
Martins M, Pereira A, Amaral Silva M, Marques E. Tratamento Farmacológico da Disfunção Erétil Neurogénica: Uma Revisão Narrativa. SPMFR [Internet]. 2 de Outubro de 2025 [citado 4 de Outubro de 2025];37(2):32-40. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/474

Edição

Secção

Artigo de Revisão Narrativa

Artigos Similares

<< < 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.