Impacto da Utilização de Ortóteses de Neoprene, em Contexto Laboral, em Indivíduos com Disfunções no Punho e/ou Mão

Autores

  • Rafael Martins School of Health, Polytechnic of Porto, Porto, Portugal. Physical and Rehabilitation Medicine Service, Occupational Therapy, Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Ângela Fernandes CIR- Center for Rehabilitation Research, School of Health, Polytechnic of Porto, Porto, Portugal
  • Catarina Aguiar Branco Physical and Rehabilitation Medicine Service, Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal
  • Helena Sousa CIR- Center for Rehabilitation Research, School of Health, Polytechnic of Porto, Porto, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.464

Palavras-chave:

Doenças Músculo-Esqueléticas, Neoprene, Saúde Ocupacional, Terapia Ocupacional

Resumo

Introdução: O nosso objetivo foi avaliar o impacto da utilização de ortóteses de neoprene em disfunções do punho e/ou mão, em contexto laboral.

Métodos: Amostra não probabilística por conveniência, constituída por 15 indivíduos adultos. Do total da amostra, 7 indivíduos pertencem ao grupo controlo e 8 indivíduos ao grupo de intervenção. As variáveis consideradas neste estudo foram a força muscular manual e de pinças, sensibilidade protetora das mãos, dor e funcionalidade do membro superior. Para a medição destas variáveis foram aplicados o Questionário Nórdico Musculosquelético, Quickdash, Teste de Monofilamento de Semmes- Weinstein, dinamómetro manual (Jamar) e pinçometro (Jamar). Para os participantes do grupo de intervenção, foram confecionadas duas ortóteses em neoprene, uma para cada mão, abrangendo as articulações do polegar e punho, com 5,5 mm de espessura; este grupo também teve educação terapêutica.

Resultados: Em relação à avaliação da sensibilidade no primeiro momento de avaliação, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos, com exceção da área S1 da mão esquerda. De forma global, o grupo de intervenção apresentou maiores ganhos do que o grupo controlo, com diferenças estatisticamente significativas na pinça digital das mãos direita e esquerda, zonas de sensibilidade S2 da mão direita e S5 da mão esquerda e na funcionalidade do membro superior.

Conclusão: Com a realização deste estudo, constatou-se que o grupo de intervenção apresentou melhorias generalizadas em todas as variáveis, o que pode sugerir eficácia da utilização das ortóteses de neoprene em contexto laboral.


Referências

Queiroz MV de, Uva AS, Carnide F, Serranheira F, Miranda LC, Lopes MF. Lesões Musculoesqueléticas Relacionadas com o Trabalho. Guia Orientação para a Prevenção Ministério da Saúde, Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas. Lisboa: MS; 2008.

UGT Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Burnout no Local de Trabalho: Riscos, Efeitos na Saúde e Prevenção. 2017;1–24. [accessed Jan 2021] Available from: https://www.ugt.pt/publicfiles/6qkw5lae6qr9tl wapatzl4lwttic2baax1txdzoj.pdf

Serranheira F, Lopes F, Uva A. Lesões músculo-esqueléticas e trabalho: uma associação muito frequente. J Cie Med. 2004;168:59-98.

Spallek M, Kuhn W, Uibel S, van Mark A, Quarcoo D. Work-related musculoskeletal disorders in the automotive industry due to repetitive work - implications for rehabilitation. J Occup Med Toxicol. 2010;5:6.

Duarte A, Torres J, Mendonça M, Ferreira F. Talas em Neoprene na Reeducação do Membro Superior. Lisboa: Papa-Letras; 2017.

Duarte A, Torres J, Martins R, Mendonça M, Rodrigues S, Sousa T, et al. Talas Dinâmicas na Reeducação do Membro Superior. Lisboa: Papa-Letras; 2016.

Duarte A, Torres J, Mendonça M, Rodrigues S. Talas e Dispositivos de Compensação na Reeducação do Membro Superior. Lisboa: Papa-Letras; 2015.

Guimarães P. Métodos Quantitativos Estatísticos. São Paulo: IESDE Brasil S.A.; 2007.

Cooper R, Stamatakis E, Hamer M. Associations of sitting and physical activity with grip strength and balance in mid-life: 1970 British Cohort Study. Scand J Med Sci Sport. 2020;30:2371–81.

Chambriard C, Couto P, Osorio L, Menegassi Z. Compressao do nervo ulnar ao nivel do cotovelo ocasionada pelo ramo posterior do nervo cutaneo medial do antebraco. Relato de caso e revisao da literatura. Rev Bras Ortop. 1997;32:665–8.

Nunes A. Exercício físico em indivíduos com lesões e / ou doenças crónicas. Lisboa: Universidade de Lisboa; 2017.

Mesquita C, Ribeiro J, Moreira P. Portuguese version of the standardized Nordic musculoskeletal questionnaire: Cross cultural and reliability. J Public Health. 2010;18.

Roy J, Macdermid J, Woodhouse L. Measuring shoulder function: A systematic review of four questionnaires. Arthritis Rheum. 2009;61:623-32. doi: 10.1002/art.24396.

Santos J, Gonçalves R. Adaptação e validação cultural da versão portuguesa do Disabilities of the Arm Shoulder and Hand - DASH. Rev Por Ortop Traumatol. 2006;14:29-45

Ferreira AC, Shimano AC, Mazzer N, Barbieri CH, Elui VM, Fonseca M. Força de preensão palmar e pinças em indivíduos sadios entre 6 e 19 anos. Acta Ortopédica Bras. 2011;19:92–7.

Figueiredo I, Sampaio RF, Mancini MC, Silva F, Souza M. Teste de força de preensão utilizando o dinamômetro Jamar. Acta Fisiátrica. 2007;14:104-10.

Schlüssel MM, Anjos L, Kac G. A dinamometria manual e seu uso na avaliação nutricional. Rev Nutr. 2008;21:223–35.

Tomás MT, Fernandes MB. Grip Strength – Agreement Analysis between two Dynamometers: JAMAR vs E-Link. Saúde Tecnol. 2012;7:39–43.

Carmo T, Almeida J, Carmo D, Godoi M, Silva M, Carmo T. Monofilamento de Semmes-Weinstein: uma avaliação da sensibilidade protetora dos pés na prevenção da úlcera plantar entre pacientes diabéticos. Ciência Prax. 2015;8. [accessed Jan 2021] Available from: https://revista.uemg.br/index.php/ praxys/article/view/2151

Schneider E, Irastorza X. Work-related musculoskeletal disorders in the EU — Facts and figures. Brussels: European Agency for Safety and Health at Work; 2010.

Kiyama R, Masayukib T, Ken O, Akihiko F, Kiyohiro Y, Kazunori Y, et al. The effect of force sensation on the ability to control muscle force during fatigue condition. Isokinet Exerc Sci. 2014;22.

Estudo da Frequência de Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o Trabalho (LMERT) em Profissionais de Enfermagem. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto; 2009.

Mayer J, Kraus T, Ochsmann E. Longitudinal evidence for the association between work-related physical exposures and neck and/or shoulder complaints: a systematic review. Arch Occup Environ Health. 2012;85:587- 603. doi: 10.1007/s00420-011-0701-0.

Reis A, Bley A, Rabelo N, Basta A, Fukuda T, Lodovichi S, et al. Comparação da força de preensão palmar e de pinça do membro dominante e não dominante de tenistas. Fisioter Bras. 2014;15:244–7.

Sato K, Li Y, Foster W, Fukushima K, Badlani N, Adachi N, et al. Improvement of muscle healing through enhancement of muscle regeneration and prevention of fibrosis. Muscle Nerve. 2003;28:365-72. doi: 10.1002/mus. 10436.

Boenzi F, Mossa G, Mummolo G, Romano VA. Workforce aging in production systems: Modeling and performance evaluation. Procedia Eng. 2015;100:1108–15.

Hammond A, Lincoln N, Sutcliffe L. A crossover trial evaluating an educational–behavioural joint protection programme for people with rheumatoid arthritis. Patient Educ Couns. 1999;37:19-32. doi: 10.1016/s0738-3991(98)00093-7.

Binderup A, Nielsen L, Madeleine P. Pressure pain sensitivity maps of the neck-shoulder and the low back regions in men and women. BMC Musculoskelet Disord. 2010;11: :234. doi: 10.1186/1471-2474-11-234.

Ferreira T. Desenvolvimento de um modelo de rotatividade numa indústria do setor Metalomecânico [Internet]. Braga: Universidade do Minho; 2015. Available from: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/39335

Veras T, Rocha L, Amaral C, Mendonça H. Associação entre força muscular e sensibilidade plantar em pacientes diabéticos: um estudo transversal. Saúde Pesquisa. 2015;4:525-32

Brown S, Wernimont C, Philips L, Kern K, Nelson V, Yang L. Hand Sensorimotor Function in Older Children With Neonatal Brachial Plexus Palsy. Pediatr Neurol. 2016;56:42-47. doi: 10.1016/j.pediatrneurol.2015.12.012.

Ascensão A, Magalhães J, Oliveira J, Duarte J, Soares J. Fisiologia da fadiga muscular. Delimitação conceptual, modelos de estudo e mecanismos de fadiga de origem central e periférica. Rev Port Ciências Desporto. 2003;2003:108–23.

Walsh I, Corral S, Franco R, Canetti E, Alem M, Coury H. Capacidade para o trabalho em indivíduos com lesões músculo-esqueléticas crônicas. Rev Saude Publica. 2004;38:149–56.

Corazza M, Virgili A. Allergic contact dermatitis due to nickel in a neoprene wetsuit. Contact Dermatitis. 1998;39:257. doi: 10.1111/j.1600-0536.1998. tb05920.x.

Valente J. Efeito agudo dos programas de aquecimento tradicional e Movement Preparation na performance física em jogadores de futebol. Coimbra: Instituto Politécnico de Coimbra; 2017.

Downloads

Publicado

2023-06-30

Como Citar

1.
Martins R, Fernandes Ângela, Branco CA, Sousa H. Impacto da Utilização de Ortóteses de Neoprene, em Contexto Laboral, em Indivíduos com Disfunções no Punho e/ou Mão. SPMFR [Internet]. 30 de Junho de 2023 [citado 19 de Setembro de 2024];35(2):49-5. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/464

Edição

Secção

Artigo original

Artigos Similares

<< < 5 6 7 8 9 10 11 > >> 

Também poderá iniciar uma pesquisa avançada de similaridade para este artigo.