O Papel da Colagenase Clostridium histolyticum na Doença de Dupuytren: Uma Revisão Sistemática
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.477Palavras-chave:
Clostridium histolyticum, Colagenase Microbiana, Contratura de DupuytrenResumo
Introdução: A doença de Dupuytren (DD) é uma doença fibroproliferativa benigna e progressiva que envolve a fáscia palmar, onde são formados cordões de colagénio a partir da sobreposição de tecido fibrótico nodular. A infiltração da colagenase Clostridium histolyticum (CCH) é uma opção minimamente invasiva para o tratamento da DD avançada. A CCH permite a lise do colagénio, despoletando a rotura dos cordões fibrosos. Esta revisão visa refletir sobre a evidência científica existente acerca do papel da CCH no tratamento da DD.Métodos: O estudo apresentado é uma revisão sistemática. Os autores seguiram as guidelines PRISMA. A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: PubMed, ClinicalTrials.gov e Cochrane Central Registry of Controlled Trials (CENTRAL). Como critérios de inclusão, foram considerados ensaios clínicos randomizados e não randomizados e estudos observacionais. Como critério de exclusão, todos os estudos não escritos em inglês foram excluídos. O outcome primário foi a eficácia, traduzida por redução da contratura em flexão ou aumento da amplitude de movimento. Segurança/efeitos adversos, grau de recorrência da contratura e satisfação do doente com a aplicação desta técnica foram considerados outcomes secundários. Todos os artigos relevantes foram sistematicamente revistos por 2 elementos.
Resultados: Da pesquisa resultaram 30 estudos, 15 dos quais foram selecionados por 2 revisores independentes. A terapia com CCH mostrou ser superior em eficácia quando comparada ao placebo e apresentou resultados semelhantes quando comparada às opções cirúrgicas. Em relação aos outcomes secundários, a terapia com CCH provou ser um tratamento seguro com elevado grau de satisfação do doente, com baixas taxas de recorrência e taxas de recorrência semelhantes após tratamentos cirúrgicos com 5 anos de follow-up.
Conclusão: A CCH provou ser uma terapia eficaz e segura em pacientes com DD, bem como uma alternativa não invasiva à cirurgia.
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