Alterações na Deglutição após Entubação Orotraqueal Prolongada: Prevalência e Evolução

Autores

  • Joana Matos Serviço de Medicina Física e de Reabilitação; Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal.
  • Joana Silva Serviço de Medicina Física e de Reabilitação; Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal
  • Bruno Guimarães Serviço de Medicina Física e de Reabilitação; Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal; Departamento de Biomedicina - Unidade de Anatomia Departamento de Saúde Pública, Ciências Forenses e Educação Médica - Unidade de Educação Médica e Simulação; Porto; Portugal; CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde; Faculdade de Medicina, Universidade do Porto; Porto, Portugal
  • João Silva Serviço de Medicina Física e de Reabilitação; Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal
  • Sónia Brandão Serviço de Medicina Intensiva Polivamente do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal
  • Sofia Toste Serviço de Medicina Física e de Reabilitação; Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal
  • Ana Alves Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital da Senhora da Oliveira; Guimarães; Portugal
  • Jorge Moreira Serviço de Medicina Física e de Reabilitação; Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal
  • Paulo Reis Serviço de Medicina Intensiva Polivamente do CHEDV; Santa Maria da Feira; Portugal
  • Catarina Aguiar Branco

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.303

Palavras-chave:

Entubação Orotraqueal, Perturbações da Deglutição/reabilitação, Perturbações da Deglutição/ tratamento

Resumo

Introdução: A entubação orotraqueal prolongada pode induzir disfagia, com risco de desidratação, desnutrição, pneumonia de aspiração e morte. Neste sentido realizou-se um estudo de casos para documentar a prevalência de disfagia pós-entubação orotraqueal prolongada e importância do diagnóstico precoce na evicção de complicações.

Material e Métodos: Durante 12 meses, entre Setembro de 2016 e Agosto de 2017, doentes submetidos a entubação orotraqueal prolongada foram avaliados, com o protocolo “STOP Dysphagia”, entre as 24-72 horas e 6-8 semanas pós-extubação. Registou-se o género, idade, comorbilidades, motivo de admissão, índices de gravidade às 24 horas APACHE-II e SAPS-II, tempo de entubação orotraqueal prolongada, grau de disfagia e suas complicações. Excluíram-se doentes com patologia envolvendo a deglutição, impedidos de usar a via oral para alimentação ou não colaborantes.

Resultados: Foram avaliados 50 doentes, entre os 20-83 anos. O tempo médio de entubação orotraqueal prolongada foi de 173 horas e até à avaliação foi de 43 horas. Destes, 21 (42%) não tinham disfagia, 15 (30%) necessitavam de consistência néctar, 5 (10%) de mel, 7 (14%) de pudim e 2 (4%) de sonda nasogástrica. Verificou-se diferença estatisticamente significativa entre a presença de disfagia e idade (p=0,006) e índices de gravidade (APACHE-II p=0,016; SAPS-II p=0,014) e uma correlação moderada entre o grau de disfagia e idade (p=0,427 (p=0,002)), APACHE-II (p=0,458 (p=0,001)) e SAPS-II (p=0,428 (p=0,002)). Não houve relação estatisticamente significativa com o tempo de entubação orotraqueal prolongada (p=0,385). Dos 41 doentes reavaliados às 6-8 semanas, apenas um mantinha disfagia.

Discussão: A disfagia pós-entubação orotraqueal prolongada é uma complicação frequente, cujo diagnóstico precoce permite a tomada de cuidados adequados na prevenção de complicações e com bom prognóstico a curto prazo com tendência à resolução.

Conclusão: A disfagia pós-entubação orotraqueal prolongada deve ser excluída antes do início da alimentação per os de forma a antever e evitar complicações.

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Publicado

2021-05-23

Como Citar

1.
Matos J, Silva J, Guimarães B, Silva J, Brandão S, Toste S, et al. Alterações na Deglutição após Entubação Orotraqueal Prolongada: Prevalência e Evolução. SPMFR [Internet]. 23 de Maio de 2021 [citado 10 de Novembro de 2024];33(1):10-7. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/303

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