Avaliação Subjectiva da Percepção de Esforço em Programas de Reabilitação Cardíaca: com que Podemos Contar para Prever a Tolerância ao Esforço?
DOI:
https://doi.org/10.25759/spmfr.12Resumo
Introdução: A Percepção do Esforço (PE) segundo a Classificação de Borg é um método simples de monitorização da intensidade do exercício. Contudo, é baseado na sensação subjectiva de esforço e fadiga durante o exercício, e como tal apresenta grande variabilidade inter e intra-individual.
Objectivo: Avaliar os determinantes da tolerância ao esforço no início de um programa de reabilitação cardíaca (PRC) em doentes coronários.
Métodos: Doentes integrados em PRC na sequência de síndrome coronário agudo, recrutados entre Setembro de 2008 e Outubro de 2010. O perfil psicossocial na admissão foi avaliado através da aplicação da “Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS)” e do componente mental sumário da escala “Medical Outcomes Study Short Form – 36 (SF-36)”. A depressão clínica foi definida por um score HADS-depressão≥8 e a ansiedade por um score HADS- ansiedade≥8. A capacidade funcional foi avaliada através da aplicação dos componentes físicos da escala SF-36 e dos equivalentes metabólicos (METS) obtidos na prova de esforço basal. Para estimarmos a PE indexada ao nível de exercício no início do PRC utilizamos o peak exercise perception score (PEPS), que equivale à razão entre a PE na escala de Borg e a intensidade do exercício estimada em METS.
Resultados: Foram analisados 175 doentes, 160 (91,4%) eram do sexo masculino, com idade média [média (DP): 53 (9) anos] e baixo nível de escolaridade [P50 (P25-P75): 6(4-11) anos]. Após o evento coronário agudo, 144 (82,3%) doentes foram tratados com revascularização coronária percutânea, 19 (10,9%) por cirurgia de revascularização coronária e 12 (6,9%) foram submetidos apenas a tratamento médico. A capacidade funcional foi, no componente físico sumário da SF-36, de 46,2 (8,1); e na prova de esforço basal 10,0 (2,0) METS. Nas sessões iniciais o PEPS aumentou 2,27 (0,6) na PE por cada aumento de 1 METS na intensidade do exercício. As determinantes univariadas da percepção do exercício foram o sexo (b=-0,23; p=0,003), a escolaridade (b=-0,32; p<0,001), volume máximo ventilado (VMV) (b=-0,29 por cada 10% de aumento no VMV; p<0,001), capacidade funcional na admissão [componentes físicas do SF-36 (b=-0,34; p<0,001), MET máximo durante a prova de esforço (b=-0,32; p<0,001)] e o perfil psicossocial na admissão [HADS≥8 (b=0,18; p=0,02), componente mental sumário do SF-36 (b=-0,20; p=0,009)]. Da análise multivariada, ajustada para a idade e para o sexo, verificou-se que a escolaridade (b=-0,24; p=0,001), o VMV (b=-0,19 por cada 10% de aumento no VMV; p=0,008), os componentes físicos do SF-36 (b=-0,19; p=0,011) e os METS na prova de esforço (b=-0,20; p=0,009), constituem variáveis preditoras.
Conclusão: A PE é multifactorial, dependendo de uma interacção complexa entre as capacidades físicas e os aspectos psicossociais. A identificação dos seus principais determinantes poderá auxiliar na optimização e melhor individualização das intervenções nos programas de recondicionamento ao esforço, resultando num melhor recuperação funcional, participação social, reinserção profissional e qualidade de vida.
Palavras-chave: Doença Coronária, Reabilitação Cardíaca, Percepção de Esforço
Downloads
Downloads
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os manuscritos devem ser acompanhados de declaração de originalidade, Autoria e de cedência dos direitos de propriedade do artigo, assinada por todos os Autores.
Quando o artigo é aceite para publicação é obrigatória a submissão de um documento digitalizado, assinado por todos os Autores, com a partilha dos direitos de Autor entre Autores e a Revista SPMFR, conforme minuta:
Declaração Copyright
Ao Editor-chefe da Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação
O(s) Autor(es) certifica(m) que o manuscrito intitulado:
____________________________________________________________________ (ref.Revista da SPMFR_________) é original, que todas as afirmações apresentadas como factos são baseados na investigação do(s) Autor(es), que o manuscrito, quer em parte quer no todo, não infringe nenhum copyright e não viola nenhum direito da privacidade, que não foi publicado em parte ou no todo e que não foi submetido para publicação, no todo ou em parte, noutra revista, e que os Autores têm o direito ao copyright.
Todos os Autores declaram ainda que participaram no trabalho, se responsabilizam por ele e que não existe, da parte de qualquer dos Autores conflito de interesses nas afirmações proferidas no trabalho.
Os Autores, ao submeterem o trabalho para publicação, partilham com a Revista da SPMFR todos os direitos a interesses do copyright do artigo.
Todos os Autores devem assinar
Data:
Nome(maiúsculas)
Assinatura
Relativamente à utilização por terceiros a Revista da SPMFR rege-se pelos termos da licença Creative Commons “Atribuição – uso Não-Comercial – Proibição de Realização de Obras derivadas (by-nc-nd)”.
Após publicação na Revista SPMFR, os Autores ficam autorizados a disponibilizar os seus artigos em repositórios das suas instituições de origem, desde que mencionem sempre onde foram publicados.
OS AUTORES DEVERÃO SUBMETER UMA DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO / CONTRIBUTORSHIP STATEMENT INDICANDO O TIPO DE PARTICIPAÇÃO DE CADA AUTOR NO ARTIGO. Mais informações: https://authors.bmj.com/policies/bmj-policy-on-authorship/