Paralisia Cerebral na Criança - caracterização clínica e funcional

Autores

  • Sílvia Magalhães Interno de MFR do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão.
  • Revelino Lopes Interno de MFR do Hospital de Faro EPE.
  • Francisco Simas Interno de MFR do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão.
  • Virgínia Reis Assistente Hospitalar Graduado de MFR do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão.
  • Maria Ana Vasconselos Assistente Hospitalar Graduado de MFR do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão.
  • Isabel Batalha Directora do Serviço de Reabilitação Pediátrica e Desenvolvimento do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão.

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.25

Resumo

Introdução: A Paralisia Cerebral (PC), designação que engloba um grupo de desordens permanentes e nãoprogressivas da postura e do movimento causadas por lesão cerebral até aos 5 anos de idade, é a causa maisfrequente de deficiência em idade pediátrica. As suas repercussões são variadas, podendo determinar alterações cognitivas, motoro-posturais, sensoriais e da comunicação, e assim comprometer de forma mais ou menosacentuada o adequado desenvolvimento psico-motor da criança.

Objectivo: Caracterizar as crianças com PC seguidas em Consulta de Reabilitação Pediátrica dos pontos de vistaepidemiológico, sócio-demográfico e funcional, e descrever as complicações neuro-ortopédicas mais frequentesnesta população.

População e Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo das crianças com PC seguidas na Consulta do Serviço deReabilitação Pediátrica e Desenvolvimento do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), nascidasentre os anos 2001-2005. Foram colhidos nos processos clínicos os dados sócio-demográficos e clínicos, bem comoas pontuações dos vários sistemas de classificação utilizados habitualmente.

Resultados: Das 75 crianças seguidas, 40% apresentavam limitações graves em termos motores e da capacidademanipulativa bimanual. 21 crianças (28%) apresentavam alterações oromotoras graves ou muito graves. Um terçotinha alterações graves ou muito graves da comunicação e a maioria (67%) apresentava algum grau de déficecognitivo. 41% das crianças seguidas tinham défice sensorial (visão e/ou audição).As deformidades dos membros inferiores foram as complicações neuro-ortopédicas mais comuns, seguidas dasdeformidades dos membros superiores e das cifoescolioses. Os doentes espásticos bilaterais foram os queapresentaram maior número de complicações e por isso, beneficiaram mais da administração de toxina botulínica.40% dos internamentos tiveram como motivo a reabilitação pós-cirurgia ortopédica, nomeadamentealongamentos do tendão de Aquiles (50 %), osteotomias varizantes da anca (34 %) e tenotomia dos adutores(16%).

Conclusões: O estabelecimento do perfil funcional das crianças e adolescentes com PC seguidas em Consulta éfundamental para identificar e caracterizar de forma fácil e rápida a população seguida. Para tal, contribuem deforma determinante diversos sistemas de classificação padronizados. O reconhecimento dos quadros clínicosmais frequentes permite que sejam definidas as estratégias terapêuticas e os recursos necessários a curto elongo-prazo, o apoio sócio-escolar, para além de prevenir/retardar o surgimento de eventuais complicações.

Palavras-chave: Paralisia Cerebral; Criança.

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Como Citar

1.
Magalhães S, Lopes R, Simas F, Reis V, Vasconselos MA, Batalha I. Paralisia Cerebral na Criança - caracterização clínica e funcional. SPMFR [Internet]. 25 de Fevereiro de 2013 [citado 21 de Novembro de 2024];20(2):16-20. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/25

Edição

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Artigo original