Disfunção Sexual Neurogénea em Paraplégicos – Estudo Retrospectivo

Autores

  • Sílvia Magalhães Interna de MFR do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, Portugal
  • Glória Batista Médica Fisiatra do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, Portugal
  • Maria Martin Médica Fisiatra do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, Portugal
  • Elisabete Pereira Psicóloga do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.109

Resumo

Introdução: A Lesão Medular (LM) é uma importante causa de incapacidade, com múltiplas repercussões físicas e psico-sociais. A resposta sexual dos portadores de lesão medular está geralmente comprometida, proporcionando baixos níveis de satisfação. A intervenção terapêutica faz-se a vários níveis, recorrendo a aconselhamento psico- comportamental, terapêutica farmacológica, vibro-estimulação, entre outras.

Mantém-se como uma das áreas menos abordadas na reabilitação do lesionado medular crónico, com inevitáveis repercussões no bem-estar físico e mental do indivíduo/casal e na sua reintegração sócio-familiar.

Objectivo: Caracterizar demográfica e clinicamente a população de lesionados medulares paraplégicos seguidos em Consulta de Disfunção Sexual Neurogénea (DSN), identificando o tipo de intervenção terapêutica realizada.

População e Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo dos paraplégicos acompanhados na Consulta de DSN, entre 2005 e 2008.

Resultados: Foram acompanhados 178 indivíduos paraplégicos na Consulta de DSN entre Abril de 2005 e Dezembro de 2008, com idades entre os 18 e os 81 anos, sendo a grande maioria do género masculino. A etiologia traumática foi a causa mais frequente de LM, havendo um número similar de lesões completas e incompletas. Dos utentes do género masculino portadores de LM completa, 87,7% apresentava algum tipo de erecção (reflexa, psicogénea ou ambas); nas LM incompletas aquela estava presente em 94,6%.

Apenas 28% dos utentes apresentava ejaculação anterógrada. Da população restante (sem ejaculação), 28 (18%) foram sujeitos a tratamento com vibro-estimulador, sendo o resultado positivo (ejaculação anterógrada) em 43% dos casos.

Os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 foram a terapêutica mais utilizada para a disfunção eréctil e foi prescrito lubrificante vaginal à maioria das mulheres.

Foi realizado acompanhamento psicológico em 37,6% dos casos.

Conclusões: O impacto da lesão medular na sexualidade é significativo e altera a vivência da mesma em termos individuais e de casal. A intervenção clínica no âmbito da Reeducação Sexual permite orientar as pessoas para a redescoberta da sexualidade e actuar, através das terapêuticas disponíveis, no sentido de a tornar mais gratificante, contribuindo de forma indelével para a melhoria do bem-estar bio-psico-social dos indivíduos portadores de deficiência.

Palavras-chave: Disfunção Sexual Neurogénea; Paraplegia. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Como Citar

1.
Magalhães S, Batista G, Martin M, Pereira E. Disfunção Sexual Neurogénea em Paraplégicos – Estudo Retrospectivo. SPMFR [Internet]. 27 de Janeiro de 2014 [citado 19 de Janeiro de 2025];24(2):31-5. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/109

Edição

Secção

Artigo original