Fraqueza Muscular Adquirida nos Cuidados Intensivos: Sub ou Sobrediagnosticada?

Autores

  • Sandra Morgado Interna de Formação Específica de MFR Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Braga, Braga, Portugal
  • Sónia Moura Assistente Hospitalar de MFR Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Instituto Português de Oncologia do Porto, Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.43

Resumo

A fraqueza muscular adquirida nos cuidados intensivos (FMACI) é cada vez mais reconhecida como um problemaclínico importante e comum, que está associado a um aumento da morbilidade nos doentes críticos. Uma vez queesta fraqueza muscular tem sido descrita numa grande variedade de contextos clínicos, várias terminologias têmsido utilizadas para a sua definição, nomeadamente “miopatia do doente crítico - MDC”, “polineuropatia dodoente crítico - PDC”, “miopatia quadriplégica aguda” entre outros.Crê-se, hoje em dia, que estas designações são de alguma forma restritivas, daí a designação mais lata de“Fraqueza Muscular Adquirida nos Cuidados Intensivos” (FMACI), ser a mais aceite.Classicamente, estes doentes apresentam um quadro clínico caracterizado por tetraparésia flácida sematingimento dos nervos cranianos, com reflexos osteo-tendinosos normais ou hiporrefléxicos e sem alterações desensibilidade, a não ser nos casos tradicionalmente classificados como polineuropatia.O diagnóstico de FMACI é frequentemente difícil, sendo de suspeitar sempre nas situações de recuperação de umapatologia crítica em que os doentes apresentem fraqueza muscular inexplicada. O diagnóstico de perturbaçõesneuromusculares é realizado, tradicionalmente, com base em estudos de condução nervosa e electromiografia. Abiópsia muscular pode ser utilizada para confirmar ou excluir miopatia, não sendo no entanto, um exame derotina.Creio que é necessário rever este parágrafo, parece-me gramaticalmente difícil de encadear: Dada a significativapercentagem de doentes críticos que desenvolvem fraqueza muscular, (talvez esta vírgula esteja a mais?) éimportante que todos os doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) sejam rastreados, (é aquique o encadeamento se perde, pois não se percebe que vem do “é importante…”) evitar potenciais re-exposiçõestóxicas nos doentes identificados e orientá-los precocemente para programas de reabilitação adequados. Duasquestões ressaltam no entanto deste rastreio: se apenas clínico estamos a subvalorizar estes doentes? Seelectrofisiológico, estamos a sobrevalorizar a FMACI?Não existem terapêuticas específicas para o tratamento da FMACI. O uso criterioso de alguns fármacos é uma dasmedidas preventivas a ser tomada. Por outro lado, a inclusão precoce do doente num programa de reabilitaçãoparece ser útil na aceleração da recuperação funcional destes doentes.A literatura disponível é escassa, sendo sempre mencionada a necessidade de estudos sistemáticos de maiorduração e de maior amostragem, para melhor aferir quais as estratégias de reabilitação mais eficazes nestasituação.

Palavras-chave: Fraqueza Muscular, Miopatia, Polineuropatia, Doença Crítica, Unidade de Cuidados Intensivos.

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Como Citar

1.
Morgado S, Moura S. Fraqueza Muscular Adquirida nos Cuidados Intensivos: Sub ou Sobrediagnosticada?. SPMFR [Internet]. 4 de Março de 2013 [citado 19 de Setembro de 2024];19(2):38-44. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/43

Edição

Secção

Artigo de Revisão