Disreflexia Autonómica: O Que se Sabe nos Serviços de Urgência em Portugal?

Autores

  • Mónica Bettencourt Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão
  • Maria da Paz Carvalho Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão
  • Filipa Faria Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão

DOI:

https://doi.org/10.25759/spmfr.212

Palavras-chave:

Competência Clínica, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde, Disreflexia Autonómica, Emergências, Serviço de Urgência Hospitalar

Resumo

Introdução: A disreflexia autonómica é uma complicação da lesão medular que ocorre em doentes com nível neurológico superior ou igual a T6. Devido ao seu início súbito e quadro clínico exuberante com hipertensão arterial paroxística, os doentes frequentemente recorrem aos Serviços de Urgência, que na sua maioria têm profissionais de saúde com reduzida experiência/contato com esta condição. Este fato pode resultar em atraso no diagnóstico e no tratamento adequado resultando em complicações como o AVC, convulsões e até a morte. Pretendemos determinar o nível de conhecimento de uma amostra de conveniência de médicos que trabalham no Serviço de Urgência de hospitais portugueses acerca da disreflexia autonómica e sugerir medidas para melhorar o seu conhecimento sobre esta síndrome.

Material e Métodos: Foi criado um questionário online anónimo de escolha múltipla com 7 questões de resposta rápida sobre a disreflexia autonómica e seu modo de atendimento no Serviço de Urgência, dirigido a médicos internistas que trabalham no Serviço de Urgência de alguns hospitais portugueses centrais e distritais.

Resultados: Responderam ao nosso questionário 41 médicos. Destes, cerca de 31 sabiam em que consiste a disreflexia autonómica, no entanto apenas 9 observaram um doente com esta síndrome no Serviço de Urgência. Onze sabiam o valor da pressão sistólica normal nos tetraplégicos, mas 8 desconheciam os sintomas da disreflexia autonómica e 10 não sabiam como atuar perante um doente com esta patologia. Quando questionados sobre o seu grau de conhecimento sobre a disreflexia autonómica e seu tratamento, 30 dos questionados assumiram que este é “insuficiente” e 8 diziam mesmo “não saber nada sobre este assunto”. Para a maioria (33) seria “muito útil” que os doentes fossem portadores de um cartão informativo sobre a disreflexia autonómica quando recorressem ao Serviço de Urgência com um episódio de disreflexia.

Conclusões: É vital o reconhecimento desta síndrome clínica que pode conduzir à morte, cujo tratamento correto e atempado reduz as eventuais complicações. Tratando-se de uma situação rara, o conhecimento dos médicos que realizam urgência nos nossos hospitais pode não ser o suficiente. Sendo assim, a Medicina Física e Reabilitação tem um importante papel na sensibilização e informação sobre a disreflexia autonómica.

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Como Citar

1.
Bettencourt M, Carvalho M da P, Faria F. Disreflexia Autonómica: O Que se Sabe nos Serviços de Urgência em Portugal?. SPMFR [Internet]. 1 de Setembro de 2016 [citado 21 de Dezembro de 2024];28(1):10-5. Disponível em: https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/212

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